170 anos a tratar o papel por tu
Fundada em 1848, em Silvalde, Espinho, a Fábrica de Papel Ponte Redonda é uma empresa especializada no fabrico de papéis de embalagem e de sacos de papel multi-folhas. Com uma aposta clara na qualidade e na oferta de soluções por medida a todos os seus clientes, esta empresa está há mais de 170 anos a tratar o papel por tu.
Tendo iniciado a sua atividade já na longínqua primeira metade do século XIX, a Fábrica de Papel Ponte Redonda é uma referência nacional no setor papeleiro. De acordo com Raúl Loureiro, um dos responsáveis pela empresa, a par do seu irmão Pedro Loureiro, esta posição foi conseguida graças a “trabalho árduo, perseverança e profissionalismo e a uma evolução sustentada que nos granjeou consideração e respeito, tanto ao nível de fornecedores como de clientes”. Raúl Loureiro e Pedro Loureiro pertencem já à quarta geração da família proprietária e reconhecem o importante papel que todos os colaboradores tiveram e têm no sucesso da empresa. “Eles sempre consideraram esta como a sua fábrica”.
Desde a fabricação de papéis de embalagem, até à sua transformação em sacos multi-folhas, a Fábrica de Papel Ponte Redonda tem procurado apresentar qualidade e um bom serviço a todos os seus clientes. Esta postura permitiu à empresa atingir os 11 milhões de faturação, em 2019, sendo este valor repartido, de forma quase igualitária, entre o mercado interno e o externo. Internacionalmente, os principais mercados são Espanha, França, Bélgica, Holanda e Suíça.
Com uma equipa composta por 125 pessoas, a aposta da Ponte Redonda, é claramente no aumento da produtividade, na melhoria contínua da qualidade e na diversificação das soluções de embalagem oferecidas aos clientes. Para fazer face a estas necessidades estão programados uma série de investimentos a curto prazo com a finalidade de renovar alguns dos equipamentos para modelos mais recentes e tecnologicamente mais avançados, tudo para poder colocar ao dispor dos clientes mais e melhores produtos e soluções, e de forma mais rápida”.
Todos estes investimentos significarão um esforço financeiro enorme por parte da empresa.
Quanto à concorrência, Raúl Loureiro reitera que existem, fundamentalmente, quatro grandes players neste setor no nosso País. De uma forma geral, “as relações são cordiais e de respeito entre todos. As grandes empresas estrangeiras acabam por não laborar no mercado português, uma vez que as encomendas são pequenas e pouco vantajosas e estas grandes empresas procuram encomendas de grande tiragem”. De acordo com o empresário, a postura da Fábrica de Papel Ponte Redonda é precisamente a inversa: “A aposta no nicho das encomendas mais pequenas, aliadas a uma entrega rápida, eficaz e eficiente. Acredito mesmo que, cada vez mais, esse será o caminho: a especialização em nichos de mercado. Será assim que conseguiremos marcar a diferença e acrescentar valor aos nossos produtos. Iremos oferecer aquilo que os clientes procuram, a solução por medida”.
Papel vs. Plástico
Segundo Raúl Loureiro, se compararmos os sacos de papel que a Fábrica de Papel Ponte Redonda produz com os tradicionais sacos de plástico existem duas diferenças fundamentais: o saco de papel pesa muito mais e ocupa mais volume, “o que se torna prejudicial nos custos de transporte. Se os custos de transporte aumentam, o preço do produto final também terá forçosamente de aumentar. Por outro lado, se pensarmos do ponto de vista ambiental, o saco de papel é infinitamente mais ecológico que o de plástico. Assim, temos apenas que escolher aquilo que queremos para o nosso futuro e a escolha parece-me óbvia”.
O empresário é ainda cético em relação à lei que veio “proibir” a utilização dos sacos de plástico nos hipermercados. Na realidade, esta lei não veio aumentar o uso do saco de papel de forma exponencial, como se imaginava. O convencional saco de plástico foi substituído, fundamentalmente pelo saco de ráfia laminada, que pode ser utilizado vezes sem conta, mas que não deixa de ser plástico. A verdade é que nunca seremos capazes de erradicar o plástico das nossas vidas e desengane-se quem acha que sim. Já é altamente positivo o facto de conseguirmos substituir o plástico por outros materiais, nomeadamente o papel, sobretudo em produtos como os copos de plástico, talheres de plástico, louça de plástico, palhinhas, etc. Mas se analisarmos bem à nossa volta, há muito pouca coisa que não tenha plástico incorporado. A Humanidade não consegue viver sem plástico. Se a realidade fosse diferente não existiam verdadeiras ilhas flutuantes de plástico nos oceanos”, conclui.