A construir desde 1958
Localizada em Pedroso, Vila Nova de Gaia, a Adriano Ferreira Peixoto e Filhos, Lda. é uma empresa do setor da construção civil com larga tradição, uma vez que está no mercado desde 1958. Completamente dedicada à satisfação dos seus clientes e apostando num acompanhamento próximo e personalizado de todos eles, a empresa é como uma família, onde valores como a humanidade e solidariedade estão sempre presentes.
Foi o pai de António Peixoto, atual proprietário, que criou a Adriano Ferreira Peixoto, em 1958, uma empresa dedicada ao mercado da construção civil e obras públicas. Com vontade férrea e espírito de sacrifício associado a um temperamento empreendedor, o fundador sempre promoveu o crescimento e consolidação da empresa. Em 1980, é constituída a sociedade com os filhos, sendo que António Peixoto, ainda menor, passou a fazer parte da empresa, que passa a ser conhecida como Adriano Ferreira Peixoto e Filhos, Lda. “Seja como for, cedo percebi que era nesta área que queria fazer carreira. Os meus pais sempre foram o modelo a seguir e aceitei este desafio com toda a alma e coração. Mais do que uma empresa, esta sempre foi uma família, onde valores como a humanidade e solidariedade estão sempre presentes”, assegura António Peixoto, que assumiu o comando da empresa em 1990 e que hoje lidera uma equipa composta por 16 pessoas. “Uma das nossas imagens de marca é que sempre realizámos um acompanhamento próximo e personalizado de todas as obras, sugerindo e dando ideias, tudo em prol da satisfação dos nossos clientes. É por isso que nunca quisemos crescer muito. Nunca quisemos correr o risco de desvirtuar essa alma que nos acompanha desde o tempo do meu pai”, completa o empresário.
Olhando para trás, António Peixoto lembra que, em 2010, quando a crise económica atingiu a economia, empresa sentiu grandes dificuldades. “Todos os dias encerravam empresas. O Estado não queria saber de nós e a Banca só não tirava mais porque não podia, mas conseguimos sobreviver. Isso aconteceu graças à relação de confiança que temos com os nossos clientes. Foram eles que não nos deixaram cair. Com muitos deles, mais do que uma relação comercial, desenvolvemos uma parceria. Tenho que enaltecer também os nossos fornecedores que em muito nos ajudaram. Em 2012, a economia começou a reagir, mas a empresa ainda levou bastante tempo a recuperar. Seja como for, costumo dizer que o complicado não é uma empresa cair, complicado é se esta não se souber levantar”, revela o empresário para quem a crise nunca deixou de existir. “Este boom que se assistiu na construção civil apenas mascarou a crise, porque passamos do oito ao 80, de forma quase instantânea, o que fez com que a especulação assumisse números nunca vistos e a “bolha” tinha de estourar. Claro que agora vão dizer que a culpa é da Covid. Contudo, a pandemia apenas antecipou o desfecho, não o mudou”.
O empresário admite que o maior problema que o setor enfrenta na atualidade é mesmo a falta de mão de obra, sobretudo especializada. “Esta problemática já começou há cinco anos. No decorrer da última crise muita mão de obra especializada emigrou. Quem ficou não quer trabalhar, até porque o Estado gosta de ajudar estas pessoas, por isso, para quê esforçar-se. Esta é uma estratégia que dá votos”.
António Peixoto revela que o Centro de Emprego também não é solução.
“Já tentei integrar quase duas dezenas de pessoas e ficaram apenas duas e as desculpas são as mais inacreditáveis: ou não têm transporte, ou a paragem do autocarro fica a 800 metros e é muito longe, ou para se deslocarem para a entrevista a empresa tinha de os ir buscar a casa. É muito complicado termos obras para fazer e não dispor da mão de obra necessária para a sua concretização”.
O empresário advoga que as entidades competentes também não estão interessadas na alteração desta realidade. “O alheamento das entidades alimenta o mercado negro que existe com recurso a mão de obra ilegal. Falo de empresas que pagam o ordenado mínimo a um trolha e que depois pagam tudo o resto como ajudas de custo, o que leva a uma escravidão encapotada. Gostava de saber onde andam os sindicatos e associações que tanto apregoam a defesa dos trabalhadores? É este mercado paralelo que nos faz concorrência desleal. As empresas sérias têm de se reinventar constantemente, porque ninguém as protege”. Isto faz com que António Peixoto se mostre preocupado com o futuro. “Se quem de direito não realizar, a longo prazo, uma reestruturação no setor da construção civil, temo pelo seu futuro.
A construção civil é responsável por 19% do PIB, é o elo de qualquer economia, contudo, é sempre encarada como uma arte menor, que as pessoas não valorizam”.