Acima de tudo as pessoas
A terminar um desafiante segundo mandato como presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo,
Paulo Langrouva, reconhece que foram muitos os desafios a vencer em resultado da atual pandemia que assola o mundo. Apesar disso, o autarca assegura que o Executivo nunca esmoreceu e que nunca esqueceu de que, acima de tudo, estão as pessoas, a sua qualidade de vida e bem-estar.
Olhando para trás, Paulo Langrouva, presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, reconhece que este foi um mandato especial e diferente, marcado por uma pandemia, o que trouxe contrariedades e obrigou o Executivo a algumas alterações face ao projeto inicialmente delineado. “Apesar disso, não deixámos de trabalhar e de levar a cabo aquele que era e é o nosso propósito. Por isso que todos os projetos planeados estão já em curso, independentemente de falarmos de obras ou de apoios diretos aos nossos munícipes”.
O autarca garante que, acima de tudo, quis dar maior qualidade de vida e bem-estar a todos aqueles que escolheram Figueira de Castelo Rodrigo como casa, até porque este foco “é vital em territórios como este, esquecidos e que já sofrem com a desertificação”.
O edil reconhece que a pandemia obrigou o Executivo a um trabalho suplementar, “de maior proximidade. Tínhamos que estar atentos e intervir em questões de precariedade e de parcas condições económicas, tudo para que a nossa resposta fosse célere e eficaz, assegurando que essas famílias não ficariam desprotegidas, desamparadas e em dificuldades”. Neste sentido, o município forneceu cabazes alimentares, ajudou os munícipes com a obtenção de medicação e prestou apoio alimentar, através da entrega de refeições, em casa, a dezenas de crianças que ficaram confinadas sem puderem ir à escola. Para além disso, a todas as pessoas que estavam infetadas ou em isolamento profilático, a Autarquia disponibilizou-se para realizar as suas compras e proceder à sua entrega. “Este foi um trabalho de suma importância, exigente do ponto de vista logístico e de disponibilização de recursos humanos, realizado com esforço e espírito de sacrifício. Tivemos que estar à altura da exigência do momento e dar-lhe uma resposta cabal”.
Paulo Langrouva reconhece que a situação já melhorou no concelho, até porque a campanha de vacinação já está a decorrer e de forma muito positiva. “Já ultrapassámos largamente aquela que seria a nossa melhor expetativa. Os nossos idosos com mais de 65 anos já foram todos vacinados, estando agora a receber a vacina outros grupos prioritários, cumprindo escrupulosamente o definido no Plano de Vacinação. Só não estamos a vacinar mais porque, as vacinas disponibilizadas para o concelho, não estão a ser entregues com a celeridade e quantidade esperada. Se tivéssemos acesso a mais, mais vacinas teriam já sido inoculadas, aumentando a nossa eficácia. Contudo, a falta de vacinas não é uma problemática que dependa da ação direta do município, nem das autoridades de saúde locais”. O autarca destaca todo o esforço e dedicação de todos os médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar do Centro de Saúde de Figueira de Castelo Rodrigo que “têm realizado um trabalho meritório, numa resposta exigente, onde o rigor é imperativo”.
No que concerne à campanha de vacinação, o edil assevera que o município prestou apoio logístico, sendo que montou um centro de vacinação no Pavilhão dos Desportos, onde estão asseguradas todas as questões de segurança e emanadas todas as indicações da Direção Geral de Saúde. “Este fator traz calma e tranquilidade à nossa população em relação a todo este processo, mais-valia importante para tranquilizar as pessoas e apaziguar qualquer receio, em virtude de possíveis efeitos secundários resultantes da vacina. O nosso acompanhamento é próximo e cuidado”. A Autarquia é ainda a responsável pelo transporte de todas as pessoas a vacinar.
Obras estruturantes e necessárias
“Existiam três obras estruturantes para o município com as quais nos tínhamos comprometido, nomeadamente, a construção do Centro Interpretativo Ephraim Bueno, obra que já foi concluída e inaugurada; a reconstrução de um monumento nacional existente no concelho, a Torre das Águias, projeto que também já está concluído e que também foi inaugurado; e a construção do Centro Interpretativo da Batalha de Castelo Rodrigo, edificado que também já está concluído, mas que ainda não foi inaugurada porque ainda estamos a trabalhar nos conteúdos a disponibilizar a todos os visitantes. Queríamos criar uma rede de atratividade, permitindo a todos os nossos visitantes uma maior permanência no concelho, uma vez que teriam mais espaços de interesse e para visita disponíveis”, explica Paulo Langrouva.
No que concerne a obras essenciais para a melhoria de toda a dinâmica existente no concelho e pensadas como mais-valias para toda a população em termos de saúde e assistência, o autarca refere que está em fase de finalização a construção de um novo centro de dia, estrutura que a sede de concelho não detinha e “que era de suma importância para toda a população”. Para além disso, as Piscinas Municipais também foram intervencionadas, com obras estruturantes, que contemplam a eficiência energética e que também estão já em processo de conclusão. Este novo espaço, num investimento superior a 300 mil euros, funcionará tanto de inverno, como de verão e a sua utilização será mais económica e amiga do ambiente.
De acordo com o autarca também foram realizadas obras importantes do ponto de vista empresarial. A este nível, o município adquiriu um grande pavilhão na zona industrial, que está atualmente a ser intervencionado, e que funcionará como Incubadora de Empresas, “para apoiar todos aqueles que queiram investir no nosso concelho e na criação de emprego. Esta é outra obra significativa que estamos a realizar e que trará grande dinâmica à nossa zona industrial. Há muito que era exigida pelo nosso tecido empresarial, mas nunca tinha sido concretizada”.
O edil recorda que a Autarquia também está a intervencionar o edifício do Mercado Municipal, “tudo para que este espaço se torne mais funcional e atrativo para todos os figueirenses”. Serão criados pequenos espaços comerciais ideais para a comercialização de produtos regionais e será construída uma pequena cozinha comunitária, ideal para demonstrações de showcooking, “criando uma dinâmica empresarial diferenciada e diferenciadora”. Em termos de reorganização de espaços, o edil referencia também a requalificação da Avenida Sá Carneiro, obra que também está a decorrer e que resultará num investimento superior a 1.2 milhões de euros, comparticipados por fundos comunitários. Esta obra contemplará intervenções ao nível da mobilidade, da acessibilidade, mas também da eficiência energética e fará desta uma avenida de referência no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo.
O autarca destaca ainda a Plataforma da Ciência Aberta (PCA), inaugurada em 2017, considerada inovadora a nível nacional e internacional, até porque já está a ser replicada em oito países europeus. “Temos conseguido atrair cientistas conceituados a nível mundial que se têm fixado no concelho, o que demonstra a sua importância, qualidade e mais-valias em relação aos restantes projetos”. Paulo Langrouva explica que a PCA é o primeiro centro da rede internacional Open Science Hub, resulta de uma parceria entre o município e a Universidade de Leiden (Holanda) e tem como objetivo aproximar a ciência, a tecnologia e a inovação do quotidiano das comunidades locais e regionais. Assim, a PCA promove o desempenho escolar e impulsiona o empreendedorismo e a inovação social na região, através de colaborações entre a escola, sociedade civil, empresas, universidades e a comunidade em geral, proporcionando um conjunto de eventos e iniciativas em ciência e tecnologia, com formatos participativos e inovadores.
O autarca informa também que o município está a recuperar o antigo hospital, espaço que será transformado num novo Centro de Imagiologia e de Fisioterapia Geriátrica, que será concessionado a privados. “Acima de tudo temos que colocar as pessoas em primeiro lugar e assegurar o seu acesso a bens e serviços essenciais. Neste sentido, somos o único concelho do País que detém um Seguro de Saúde Municipal, o qual inclui consultas de clínica geral e/ou de especialidade, exames de diagnóstico e transporte totalmente gratuitos, iniciativa que já está em vigor há mais de cinco anos e que será agora reforçada com estas novas valências”. É um complemento ao atendimento prestado pelo Serviço Nacional de Saúde e que permitiu que todas as pessoas tivessem acesso a cuidados de saúde, dos quais estão privados, ou pela falta de médicos ou pela inexistência da valência no concelho.
Paulo Langrouva assegura que as freguesias também não foram esquecidas e que são vários os projetos em curso, até porque todo o património existente está a ser intervencionado, recuperado e preservado. Para além disso, o autarca revela que o município irá avançar com o projeto “Uma aldeia, uma praça”, que funciona já numa das freguesias e que privilegia a criação de um novo espaço de convívio, “onde as pessoas se possam juntar e socializar, realizando o usufruto de uma área que seja atrativa e fulcral dentro de cada aldeia, até porque as pessoas não devem viver isoladas dos outros. É vital que as aldeias também tenham um incremento ao nível da qualidade de vida”. Paralelamente, a Autarquia irá avançar com o projeto dos animadores da aldeia, onde o município disponibiliza técnicos das mais diversas áreas que se deslocam às aldeias para a realização das mais diversas atividades. “Queremos estar perto das pessoas e apostar em projetos que realmente façam a diferença nas suas vidas. O isolamento está a criar mais casos de depressão e de demência, pelo que temos que estar atentos e atuar nestas áreas”.
Terceiro e último mandato
Candidato assumido para aquele que será o seu terceiro e último mandato, Paulo Langrouva assegura que ainda tem muitos projetos por implementar. “Os figueirenses têm apenas que continuar a confiar em nós. Somos eternos insatisfeitos, pelo que os projetos nunca estão verdadeiramente concluídos. Se houver entusiasmo, motivação e determinação, nunca irão faltar ideias e projetos, pelo que nunca iremos parar com toda esta dinâmica que agora existe no concelho. Estamos virados para o exterior, demo-nos a conhecer e são cada vez mais as pessoas que olham para este concelho como uma vila atrativa, com elevado potencial turístico e que permitirá a fixação de mais pessoas, até porque dispomos de boas acessibilidades e dispomos de serviços que as pessoas privilegiam quando escolhem um concelho para viver e para se fixar”.
O autarca revela que, caso cumpra o seu terceiro mandato, irá dedicar-se, por exemplo, à intervenção em várias vias que nunca foram intervencionadas e que começam a mostrar alguns sinais de degradação. Para além disso, “iremos investir, mais uma vez, na rede de saneamento em todo o concelho, infraestrutura antiga, muita dela ainda em fibrocimento, material que já não devia estar em funcionamento. Sabemos que este é um grande investimento, contudo, ano após ano, temos que o realizar, tudo para que, daqui a quatro ou cinco anos, possamos ter todo o ramal renovado e requalificado”, conclui.
Mensagem a todos os munícipes
“Quero deixar, sobretudo, uma mensagem de esperança e de renovação. O município está empenhadíssimo em continuar a garantir esta dinâmica de aproximação a todos os nossos munícipes, garantindo-lhes maior qualidade de vida e bem-estar, tudo em prol de pessoas resilientes, que escolheram o Interior do País para viver e que teimam em ficar e em lutar pelo desenvolvimento das suas terras. Temos que ser exigentes, interventivos e, acima de tudo, arrojados, tudo para que consigamos assegurar o progresso e a dinamização económica e social do nosso concelho. Temos obra feita e as pessoas já sabem o que somos capazes de fazer e têm a certeza de que o nosso propósito é servi-las”.