Aposta inequívoca na qualidade
A Carina – Produtos Alimentares Lda., localizada em Chaves e criada em 1988, dedica-se ao fabrico e comercialização de produtos pré-cozinhados ultracongelados. Pastéis de bacalhau, rissóis, chamuças, croquetes, pão de queijo, Pastéis de Chaves, certificados IGP, entre outros, são algumas das iguarias que a empresa coloca no mercado e com as quais delicia todos os seus clientes. A aposta da inovação de produtos traduz-se no desenvolvimento de soluções vegetarianas e no acompanhamento de tendências de consumo sempre com os padrões de qualidade elevados.
António Borges e Carla Borges, sua esposa, assumiram a gerência da Carina – Produtos Alimentares Lda. há cerca de 13 anos quando esta atravessava um período muito difícil. “Foram anos muito complicados, uma vez que a empresa estava tecnicamente falida. Os funcionários tinham ordenados em atraso, havia dívidas a fornecedores, etc. Mas o mais grave ainda era a possibilidade de encerramento imediato das instalações por falta de condições. Esta realidade fez com que os primeiros anos tenham sido um desafio, até porque não tinha experiência de trabalho neste setor e tive que aprender no dia a dia, com base na tentativa e erro. A nossa base de trabalho assentava apenas num único cliente, uma grande cadeia na área do retalho que laborava apenas suportada no preço”, recorda o empresário.
Posta esta realidade, António Borges toma então a decisão mais difícil: rescindir o contrato com o único cliente existente. “Tivemos que voltar ao início, reorganizar por completo a empresa e começar do zero, uma vez que a nossa aposta passou a ser inequivocamente a qualidade e não o preço. É impossível conjugar um preço demasiado baixo com um produto de qualidade. Partindo desse príncipio escolhemos o nosso caminho. Desde então, e até hoje, adquirimos apenas matéria-prima de elevada qualidade, mais-valia que se reflete no produto final. Começámos a incluir produtos novos e inovadores e a nossa base de clientes começou a crescer. Além disso melhorámos, apostando num forte investimento em instalações e equipamentos, tornando-o num espaço moderno e bem equipado. A inovação não deixou que ainda grande parte do nosso trabalho continue a ser manual, uma vez que não queremos perder o gosto caseiro dos nossos produtos. Procuramos alternativas, novos conceitos e abordagens, apostando em soluções para o desenvolvimento dos nossos produtos e práticas de trabalho. Foi esta aposta que levou ao nosso crescimento exponencial”.
Olhando para trás, o empresário recusa esquecer o apoio que sempre recebeu por parte de todos os funcionários da Carina. “Tenho mesmo que destacar todo o empenho e abnegação da equipa de trabalho que foi sempre fantástica e que sempre esteve ao meu lado, a lutar pelo futuro desta empresa. Não esquecendo todos os que por aqui passaram. A verdade é que, sem eles, nada teria sido possível. Hoje somos uma verdadeira família e é a eles que devo tudo, até porque também foi com eles que aprendi muito do que sei atualmente. Estivemos, estamos e estaremos sempre unidos e fortes. Cheios de coragem e determinação para todas as lutas que nos aparecerem pela frente. Nunca desistir é o mais importante”.
Selo de qualidade no mercado
Para além de propostas mais tradicionais como os pastéis de bacalhau, rissóis, chamuças e croquetes, a empresa oferece ainda soluções inesperadas como o pão de queijo, vários folhados doces e salgados, lançando também produtos vegetarianos, “setor de mercado em crescimento na atualidade. Procuramos sempre soluções direcionadas para o cliente. Estamos preparados para aceitar mudanças, melhorar produtos e processos e dar resposta a novos desafios. Acima de tudo a satisfação dos nossos clientes”.
Presentemente, opera num espaço moderno e bem equipado, cuja aposta assenta num reconhecimento alicerçado na capacidade de produzir, respeitando prazos e permanecendo atenta aos padrões de consumo dos seus clientes.
Com uma equipa composta por 32 profissionais de excelência, com sólida experiência e elevado grau de profissionalismo, a Carina faturou 1.6 milhões de euros em 2020, sendo 30 por centro deste valor obtido através da exportação dos seus produtos e soluções para países como Macau, Singapura, Timor, Angola, França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suíça, entre outros. “Estamos muito ligados ao chamado mercado da saudade e são cada vez mais os emigrantes portugueses espalhados pelo mundo, o que faz com que a nossa presença nos mercados internacionais seja cada vez mais efetiva. Em função dos diferentes mercados, culturas e paladares, tentamos acompanhar os hábitos e tendências exibidas pelos consumidores, apostando na criação de novos produtos”, advoga António Borges.
Presente e futuro
Quanto ao atual estado do mercado, o empresário defende que este está muito competitivo e que a concorrência aumentou muito. “Ao longo dos últimos anos surgiram muitos players novos neste setor, o que faz com que a aposta na inovação tenha que ser uma constante. Exemplo disso é o nosso pastel de bacalhau com queijo, produto que tem sido um sucesso, com um saber fazer impossivel de replicar. Temos que nos diferenciar dos nossos concorrentes. Apesar disso, o nosso ex libris continua a ser o pastel de Chaves, um produto gourmet, repleto de classe e que não deixa ninguém indiferente. Para além disso, este é um produto IGP – indicação geográfica protegida, importante mais-valia”.
António Borges considera apenas que seria importante a reabertura, a curto prazo, do canal HORECA (hotéis, restaurantes e cafés). “O setor ressentiu-se muito neste segundo confinamento e as empresas estão a ser muito penalizadas. Urge reverter este cenário”.
Apesar de todas as vicissitudes de desafios, o empresário mostra-se confiante no futuro. “vamos realizar o investimento de 300 mil euros em novas máquinas e instalações. Também pretendemos expandir a nossa presença no mercado externo. Contudo, independentemente de tudo, humildemente, o que mais quero é manter os postos de trabalho de toda a minha equipa. Acredito que a tormenta irá passar e que conseguiremos superar mais este desafio”.