Desenhar a sua visão

O percurso do arquiteto Márcio Oliveira difere um pouco dos restantes colegas de profissão. Começou por exercer funções na arquitetura como colaborador e só depois de ter adquirido um vasto know-how iniciou a sua formação académica, onde alcançou resultados excecionais. Com um percurso singular, o arquiteto orgulha-se de poder fazer o que sempre idealizou e o que lhe dá verdadeiramente prazer.
Começou a colaborar como desenhador projetista com Fátima Peixoto, arquiteta, com apenas 18 anos. Apesar de trabalharem juntos há mais de 20 anos, Márcio Oliveira também exerce arquitetura em nome individual, assumindo-se com o seu traço minimalista, funcional e de leitura “clean”. Falamos aqui da MO Architect, um atelier com um grande leque de obras terminadas e em fase de processo. Sendo difícil destacar uma face às restantes, a Unidade Industrial da Givachoice, Têxteis, Lda, em Paços de Ferreira, foi o último grande projeto finalizado. Ainda assim, a MO Architect destaca-se por projetar desde moradias particulares a edifícios industriais, passando também por habitação coletiva e hotéis, como é o caso do Hotel Rural D’Azenha em Famalicão, que projetaram e está agora na segunda fase de construção.
Pela proximidade a zonas industriais, este tipo de projetos acaba por ser o mais realizado no interior do atelier. Destaque para os dois planeamentos para a unidade industrial da Ada, Lda, com sede em Paços de Ferreira, para o grande projeto para a nova sede da Pintos Mobiliário, também em Paços de Ferreira, sem esquecer os vários projetos para a Zona Industrial de Seroa, onde acolheram a base central de distribuição da rede de hipermercados Intermarché.
“Pusemos em prática planos de urbanização raros em Seroa, Paços de Ferreira, dada a sua grande dimensão com mais de 114 lotes habitacionais”, refere Márcio Oliveira. O arquiteto pensa e anseia continuar a realizar projetos na vertente urbanística num futuro próximo.
As suas obras centram-se principalmente no Norte do país, maioritariamente nos distritos envolventes do atelier, no entanto também participou em vários projetos elaborados para Angola. Contudo, o arquiteto salienta que as obras pensadas de raiz são as que lhe dão mais prazer realizar, tendo mais liberdade de interpretar as ideias do cliente e materializá-las no terreno de forma a obter a satisfação do cliente e a sua.
Questionado em relação ao que lhe dá mais deleite desenhar, o arquiteto responde ao Empresas+® que “gosto bastante de indústria e habitação”. Para além dos edifícios industriais, as casas particulares continuam a ser o grosso dos desenhos executados, e também os que mais gosto dão a Márcio Oliveira elaborar, visto que “a habitação é sempre um desafio em cada projeto porque conseguimos ter uma relação de maior proximidade com o cliente, precisamos conhecê-lo, perceber o seu modo de viver, e de se relacionar, para conseguir dar resposta e ir ao encontro do que ele necessita. Acabamos em cada projeto quase por criar um amigo e este amigo depois pode trazer outros, e é isso que motiva o nosso trabalho, que nos dá bastante satisfação”, revela o arquiteto.
O conhecimento de quase 20 anos e o vasto número de obras feitas são fatores que o distinguem em relação a outros arquitetos e tornam-se decisivos no momento de escolha de atribuição de um grande projeto.
O principal projeto para o futuro será a finalização do novo atelier da MO Architect, possivelmente até ao final do presente ano, assim como o consequente crescimento interno e exploração dos mercados emergentes.