“Focados em resolver os problemas das pessoas”
A cumprir o segundo mandato como presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, nos Açores, Alexandre Gaudêncio reconhece que a luta contra este vírus e a reação a esta nova realidade “foi uma aprendizagem quase diária. Ninguém estava preparado para una situação destas. Apesar disso, estamos convictos que as medidas que fomos adotando ajudaram a minimizar a propagação do vírus, sendo que também potenciaram a recuperação da economia local”. Confiante no futuro, o autarca garante continuar focado em resolver os problemas das pessoas. “Podem contar sempre comigo para que, juntos, possamos continuar a desenvolver e a afirmar a Ribeira Grande como uma referência na região e no País”.
“Quando a pandemia assolou, em particular, o Arquipélago dos Açores o nosso programa eleitoral, apresentado aos munícipes nas eleições de 2017, estava já em plena operacionalização. Diversos investimentos estavam já previstos, muitos deles privados, nomeadamente algumas unidades hoteleiras que iam entrar em construção, o que já não aconteceu, uma vez que a pandemia e toda incerteza criada por si fez com que os projetos fossem suspensos”, admite Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande.
Perante esta realidade, o autarca afirma que o Município optou por acelerar o investimento público e o começo de algumas obras públicas, cujo início estava previsto para mais tarde, como forma de compensar as perdas que a pandemia trouxe para o concelho e para toda a economia local. Assim, “2020 foi mesmo um ano recorde no que concerne ao lançamento de empreitadas públicas por parte do Município, servindo como almofada amortecedora dos efeitos nefastos que esta pandemia teve. Esta foi uma resposta que quisemos dar, até porque defendemos que ajudou a economia e o concelho a fazer face às consequências desta pandemia”, completa o autarca.
Aprendizagem diária
“A verdade é que a luta contra este vírus e a reação a esta nova realidade foi uma aprendizagem quase diária. Ninguém estava preparado para una situação destas. Apesar disso, estamos convictos que as medidas que fomos adotando ajudaram a minimizar a propagação do vírus, sendo que também potenciaram a recuperação da economia local. À semelhança do que aconteceu com muitos outros municípios investimos em equipamentos de proteção individual [EPI] que entregámos a empresas, instituições e população em geral. Fomos ainda um dos primeiros municípios da região a adquirir equipamento informático e acessos à internet para que os nossos alunos estivessem dotados das melhores condições de aprendizagem quando a escola passou para a modalidade de ensino à distância”, assevera o presidente. No que concerne às famílias, o autarca acrescenta que a Executivo aprovou a isenção do pagamento da taxa de resíduos, assim como o primeiro escalão do consumo de água.
De acordo com Alexandre Gaudêncio, o Município foi ainda pioneira na criação e adoção de um selo, intitulado «Covid free», programa que a Autarquia promove e continua a promover aos comerciantes locais. “Todos os comerciantes que aderiram a esta medida tiveram ao seu dispor, de forma completamente gratuita, testes e EPI, sendo que também oferecemos uma auditoria às instalações, por forma a determinar se estas cumpriam ou não com os requisitos legais exigidos por parte das autoridades de saúde para o combate a esta pandemia. Esta iniciativa foi um grande sucesso, sendo que registámos mais de 80 participações, o que é muito significativo tendo em conta a dimensão do nosso concelho. Desta forma, demos aos empresários apoio, orientação e fomos quase uma luz de esperança, uma vez que eles puderem perceber que não estavam sozinhos nesta luta”.
O autarca advoga ainda que o Município abriu duas candidaturas, a fundo perdido, para compensar as empresas da perda de faturação que se registou em alguns setores da economia local, mais concretamente restaurantes, bares e cabeleiros, à semelhança de outros serviços que tiveram que encerrar em resultado do Estado de Emergência que foi decretado para todo o País. Estas candidaturas foram abertas em outubro do ano passado, sendo os apoios entregues em janeiro deste ano. “Entregámos cerca de 80 mil euros. Assim, abrimos novamente candidaturas para este apoio em junho. Analisámos os pedidos e atribuímos mais 60 mil euros no decorrer do mês de agosto. Como, infelizmente, a pandemia ainda se vai prolongar estamos já a ponderar abrir um terceiro período de candidaturas mais no final do ano”, assegura o presidente que acrescenta que, também num apoio direto às empresas, o Município concedeu isenções ao nível do pagamento de taxas de publicidade, esplanadas e ocupação da via pública, sendo que essa isenção se prolonga até ao final do presente ano.
Entre estas e muitas outras medidas que foram adotadas, o autarca informa que o Município já realizou um investimento de cerca de 600 mil euro no combate à Covid-19. “Ainda assim, fomos um dos concelhos mais prejudicados a nível regional. Lembro, por exemplo, que Rabo de Peixe teve uma cerca sanitária quando o resto do País vivia uma fase mais tranquila desta pandemia. Vivemos este vírus muito de perto e as nossas populações, apesar de todos os esforços, foram afetadas”.
No que diz respeito ao processo de vacinação, Alexandre Gaudêncio sublinha que, numa primeira fase, a região registou um ligeiro receio em relação a este processo, o que fez com que a taxa de recusa fosse significativa. “Chegou a ser de 30%, uma vez que as pessoas contactadas recusavam a toma da vacina. Infelizmente, houve alguma contrainformação ao nível da comunicação social em relação às vacinas, existiam algumas contradições, o que criou um clima de desconfiança em relação a este processo. Além disso, registou-se um atraso no fornecimento de vacinas à região, o que levou a que o processo de vacinação começasse mais tarde do que no resto do País. Não podemos esquecer ainda que, o Governo decidi, e bem, vacinar primeiro as ilhas que não têm hospital, o que fez com que as ilhas maiores, nomeadamente São Miguel, tenham iniciado este processo mais tardiamente. Atualmente, ainda que não dispúnhamos de uma estatística por concelho, estamos confiantes de que, no final de setembro, iremos atingir a imunidade de grupo, ou seja, 70% da população estará vacinada”.
Confiança no futuro
“A pandemia ensinou-nos muito e obrigou-nos a redefinir prioridades. Assim, julgo que, no futuro, será importante que a Ribeira Grande se torne um concelho mais verde, apostando na transição digital, nas novas tecnologias e em novas formas de mobilidade. Fomos uma das primeiras cidades da região a apostar na criação de uma rede de ciclovias, pelo que queremos continuar a promover a adoção de meios de transporte mais amigos do ambiente. Além disso, não podemos também esquecer a componente social que também teremos que reforçar. Já em 2013, quando tomámos posse pela primeira vez, uma das nossas principais apostas passou por tornar a Autarquia mais humana, desafio que conseguimos ultrapassar, pelo que queremos continuar a trabalhar nesta senda de proximidade, focados em resolver os problemas das pessoas”, assegura o autarca.
Alexandre Gaudêncio destaca ainda que existem também diversas obras já projetadas e que serão operacionalizadas a breve trecho como a requalificação de toda a orla marítima. “As circunstâncias do nosso mar não são as ideais para a criação de um porto, por exemplo. Contudo, permitem-nos oferecer excelentes condições para a prática do surf, modalidade da qual somos a capital nos Açores. Estamos a agarrar todas as oportunidades que surgem, alavancando a economia local e promovendo o desenvolvimento do concelho. Queremos projetar, cada vez mais, a Ribeira Grande como um concelho onde vale a pena praticar desporto, até porque temos as condições ideais para isso”.
Limitação de mandatos para todos
“Considero que a limitação de mandatos deveria ser transversal a todos os cargos públicos, sendo que defendo ainda que essa limitação deveria ser igual à do Presidente da República, ou seja, com o cumprimento de dois mandatos de cinco anos. Contudo, caso se mantenham os 12 anos, julgo que seria mais pertinente e benéfico para as populações o cumprimento de dois mandatos de seis anos, em detrimento dos atuais três mandatos de quatro anos, cada”.
Mensagem aos munícipes
“Queremos continuar a deixar a nossa marca na Ribeira Grande, até porque os últimos anos provaram que esta é a estratégia certa a seguir. Os resultados são visíveis, até mesmo ao nível do investimento privado que cresceu de forma exponencial, mais-valia que garante mão de obra qualificada na Ribeira Grande e, sobretudo, o pagamento de impostos que depois revertem para a Autarquia, permitindo-nos a realização de obra e o aumento do nível de qualidade de vida de todos os munícipes. Podem contar sempre comigo para que, juntos, possamos continuar a desenvolver e a afirmar a Ribeira Grande como uma referência na região e no País”.