Gostamos de começar o projeto e acabar a obra

Há mais de três décadas, José Nobre vai construindo, no verdadeiro sentido da palavra, um trajeto cada vez mais sólido e que tem a capacidade de conjugar áreas que nem sempre coexistem em harmonia. Aliando a construção, a arquitetura e design de interiores, a Empresas+® veio perceber como é possível ter sucesso num universo falado – e trabalhado – em várias línguas.
No seguimento de uma família que, geração após geração, esteve diretamente ligada à construção, José Nobre iniciou o seu percurso profissional seguindo os mesmos passos que o seu pai e o seu avô. Foi nessa primeira experiência que o arquiteto começou a perceber que a sua paixão, mais do que designar estruturas e matérias de suporte, passava pela base que a rodeia: a arquitetura. Dando um passo atrás para reiniciar a sua formação, e posteriormente dois à frente, iniciou o seu trajeto de forma assertiva. Hoje, o seu dia a dia envolve projetos de reabilitação e novas obras na área habitacional e de serviços.
Conhecimento absoluto do cliente e da obra
Com projetos um pouco por todo o Algarve, José Nobre admite encontrar no Barlavento Algarvio a principal área geográfica de atuação. “Nós vamos onde é necessário, temos projetos no Alentejo, em Lisboa e em Cascais, mas a nossa área de actuação é aqui no Barlavento Algarvio.”
É nesta região que encontram o principal nicho de mercado, constituído na maioria por clientes estrangeiros – ingleses, irlandeses, alemães, holandeses e franceses -, e com uma equipa composta por mais dois arquitetos, José Nobre olha para o processo construtivo como a alma de todos os projetos, sobretudo, os mais exigentes. “Temos construções com mais de 80 anos de existência, que para concretizarmos a sua reabilitação, precisamos de adaptar a obra à realidade, estudando a sua história e analisando o seu processo construtivo. São vários os fatores de exigência, mas são precisamente esse os aspetos que nos dão o maior gozo e gosto em realizar”, afirma José Nobre, para quem este percurso só é possível se a gestão for realizada com um conhecimento absoluto do cliente e da obra em si.
“Neste conceito que praticamos, temos a componente da arquitetura porque temos de licenciar as alterações. Depois temos a parte da gestão da obra, da escolha dos construtores, dos materiais, no estudo do ambiente. Costumo dizer que oferecemos um pack completo”, completa. Apesar disso, a nomenclatura “chave na mão” não é algo que entre no vocabulário do arquiteto. “Não gosto muito dessa designação, por uma razão muito simples: gosto de envolver os clientes. Cada projeto é único, a funcionalidade, a estética e a inovação, são princípios em todos eles. Gostamos de começar o projeto e acabar a obra. Na maior parte dos casos, os nossos clientes são empresários e gestores, e, acima de tudo, pessoas com pouco tempo livre. Apesar disso, mantemos sempre um contacto constante, seja pessoalmente, por telefone, ou de qualquer outra forma, tentamos envolvê-los o máximo possível. Prefiro sempre falar, discutir e tomar as decisões em conjunto”.
O trabalho só assim faz sentido, até porque “os projetos envolvem muitos elementos e caraterísticas pessoais dos clientes. Assim, a abordagem e a intervenção que tenho nestes projetos é muito informal e descomprometida, ainda que, para isso, reconheça que é necessário que sejamos capazes de realizar uma leitura correta do espaço e de quem o vai habitar, o que faz com que acabemos sempre por ficar a conhecer fatores quase privados dos clientes. A dedicação que damos ao projecto, o excelente relacionamento com os nossos clientes e a sua satisfação pelo nosso trabalho, são o nosso cartão de visita e a nossa melhor publicidade”, refere o arquiteto. Apesar das boas perspetivas para o futuro, José Nobre prefere manter “os pés assentes na terra”, estar preparado para manter a carteira de clientes e para os novos desafios que se avizinham.