Objetivo: atrair pessoas e fixar população
Apesar de todas as vicissitudes que marcaram o atual mandato, João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova não tem dúvidas, o objetivo principal continua a ser atrair pessoas para o concelho e fixar a população. Com uma aposta clara na atratividade de Proença-a-Nova e na captação de investimento, o autarca mostra esperança e confiança renovadas de que os proencenses têm resistência e resiliência para construir o amanhã.
Em jeito de balanço, João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, afirma que a atual pandemia afetou aquele que é o regular funcionamento das instituições, nomeadamente no desenvolvimento de vários projetos que sofreram atrasos substanciais ao nível da execução. Apesar disso, o autarca garante que, tendo em conta o programa que os proencenses sufragaram em 2017, o Executivo conseguiu concluir cerca de 90% das propostas apresentadas. “Também não podemos esquecer que esta é uma estratégia que está a ser implementada desde 2005 e à qual eu dei continuidade. Assim, desde então, apostámos no incremento da atratividade do concelho do ponto de vista do investimento empresarial, nomeadamente através da construção de áreas empresarias e industriais novas, uma vez que, em 2005, a Zona Industrial de Proença-a-Nova estava completamente lotada”, esclarece o presidente.
Neste contexto, João Lobo destaca a criação do PEPA – Parque Empresarial de Proença-a-Nova, estrategicamente localizado e que recuperou e reconverteu a antiga fábrica da Sotima, num total de 24 mil metros quadrados. “Esta foi uma aposta ganha, tanto que o PEPA vai entrar, ainda este ano, numa segunda fase de expansão, aumentando a sua oferta em mais 35 lotes, uma vez que a sua capacidade atual também já está esgotada mercê a ocupação de empresas que conseguimos atrair”. Esta obra encontra-se já em fase de adjudicação, prevendo-se um investimento de 1.6 milhões de euros.
O autarca advoga que o município também vai avançar com a requalificação da antiga serração Daniel Lourenço, reconvertendo aquele espaço no novo Parque de Acolhimento Empresarial do Vale Porco, que irá funcionar de acordo com uma filosofia de coworking, numa parceria entre instituições de ensino superior e empresas. Desta forma, “as instituições serão capazes de satisfazer de forma mais profícua as necessidades diretas das empresas no que concerne à mão de obra”, assevera João Lobo. Este é um investimento projetado de 1.3 milhões de euros e tem como objetivo acolher empresas com características distintas, com espaços indoor de diversas dimensões, incluindo uma área para trabalho partilhado. “Este investimento vai-nos permitir ampliar a nossa oferta para empresas que procurem expandir as suas instalações ou que pretendam instalar-se no concelho. Queremos apresentar uma nova solução a projetos de investimento que contribuam para o nosso objetivo de atrair pessoas e fixar a população. As empresas são fundamentais para que possamos gerar riqueza e, com isso, criar emprego. É por isso que o papel dos municípios é tão importante. Funcionamos como alavanca desta realidade”, explica o autarca que acrescenta que, em 2022, a Zona Industrial de Proença-a-Nova também será intervencionada no sentido de “requalificarmos o espaço, projeto que as empresas ansiavam”.
Para além da aposta na atratividade do concelho, “que já está consolidada de forma assertiva no terreno”, João Lobo revela que o município também quer continuar a captar talento. “O facto de termos localizada no concelho uma empresa como a OutSystems é uma mais valia. Com a sua presença já conseguimos atrair outras empresas do setor das novas tecnologias. Reconheço, contudo, que a pandemia reconfigurou as necessidades destas empresas devido ao regime de teletrabalho, o que faz com que estejamos na atualidade a analisar com estas empresas de que forma conseguimos capitalizar o talento, tendo em conta esta nova realidade”.
De acordo com o autarca, estes investimentos são importantes até porque Proença-a-Nova é o único município do País que está a desenvolver um projeto inovador de reconversão de áreas florestais em áreas agrícolas. “Os proprietários de terrenos na faixa dos cem metros em redor das aldeias podem solicitar à Autarquia a georreferenciação dos terrenos onde serão plantadas espécies agrícolas que oferecemos. Importante referir que a mobilização dos terrenos também fica ao encargo da Autarquia. Os proprietários terão apenas que manter essas espécies durante cinco anos. Outra possibilidade que oferecemos é a dos proprietários apostarem no cultivo de produtos biológicos. Fazemos a sua certificação, damos formação e ainda procedemos à expedição dos produtos. Desta forma, ao mesmo tempo que rentabilizamos a propriedade, promovemos a gestão eficaz e segura da área de proteção do aglomerado populacional. Esta medida faz com que a limpeza dos terrenos não seja apenas um encargo suplementar para os proprietários”. Este projeto já foi implementado com sucesso em duas aldeias do concelho e será aplicado em mais três.
Um concelho solidário
“Desde março do ano passado, quando fomos confrontados com o primeiro confinamento iniciámos, desde logo, um processo de apoio, com as mais diversas medidas direcionadas para os setores da restauração, hotelaria e turismo, outras empresas e instituições concelhias e população em geral. Em muitas situações acabámos mesmo por substituir o Estado Central. A verdade é que os municípios foram peças essenciais no combate a esta pandemia, evitando o colapso, uma vez que garantiram que as diversas estruturas continuassem a funcionar, em virtude da relação de proximidade que têm com toda a população. Esta foi uma prova inequívoca de que o municipalismo é essencial”, garante o autarca que esclarece que, no que concerne ao apoio prestado às instituições particulares de solidariedade social e aos bombeiros, a primeira prioridade foi a entrega de todo o tipo de equipamentos de proteção individual, “por forma a que as pessoas pudessem trabalhar em segurança”.
Para além disso, através da Rede Solidária, o município disponibilizou a Unidade Móvel de Saúde (UMS) que prestou apoio na realização de testes, realizou acompanhamentos telefónicos e rastreios de saúde, participou na entrega de medicamentos e bens essenciais à população e ainda serviu de veículo de informação e sensibilização para todos os munícipes. “Este foi um equipamento diferenciador e disponível para, em articulação com a autoridade de saúde, estabelecer novas parcerias. Era necessário assegurar que as pessoas ficavam em casa, em segurança, a cumprir o seu dever de confinamento porque tinham as suas necessidades básicas satisfeitas, mesmo quando não tinham qualquer rede de apoio familiar”, afirma João Lobo.
No que concerne às empresas que tiveram que encerrar a sua atividade durante longos períodos de tempo, o autarca declara que o município entregou apoios num valor superior a 70 mil euros, no âmbito Programa Municipal de Apoio à Recuperação Económica, pensado para empresas que tenham registado quebras de faturação iguais ou superiores a 15% quando comparado com o mesmo período de 2019. Este apoio financeiro não reembolsável oscilou entre os 1.600 e os 2000 euros. “Quisemos, desta forma, assegurar os postos de trabalho, contribuindo para que as pessoas pudessem continuar a laborar”, completa. O autarca sublinha ainda que estão a decorrer candidaturas para empresas que pretendam investir na remodelação de esplanadas, compra de aquecedores, guarda-sóis e guarda-ventos até ao limite de 750 euros. “Temos que apoiar a reabertura e dar aos nossos empresários as condições para que recebam com todo o conforto e segurança todos aqueles que nos visitem durante a época estival”.
João Lobo enaltece o esforço e dedicação de todos aqueles que trabalharam e trabalham na linha da frente, nomeadamente profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e assistentes operacionais), bombeiros, forças de segurança, assistentes sociais e demais técnicos envolvidos na área social, agentes educativos e todos os funcionários da Autarquia. “Sem eles, esta luta teria sido muito mais complicada e hoje não poderíamos estar a trabalhar no futuro. Este é um reconhecimento que tem que ser feito”.
Quanto à campanha de vacinação o autarca garante que esta decorre de forma muito positiva, sendo que estão já vacinados, pelo menos com uma dose, os munícipes mais velhos. Para além disso, o município já avançou com a vacinação de todos os agentes educativos e das pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas. “Estamos sempre dependentes da quantidade de vacinas disponíveis, uma vez que as condições para uma vacinação em massa existem”.
De pessoas para pessoas
Quanto ao futuro, João Lobo revela que o trabalho do Executivo estará sempre assente em três linhas fundamentais: a governação de pessoas para pessoas, o desenvolvimento empresarial e económico do concelho e a educação, “pilar que sempre presidiu às nossas prioridades mas que agora, mais do que nunca, tem que ser diferenciador, seja no acompanhamento que fazemos das crianças e jovens desde o pré-escolar até ao ensino secundário, seja na intenção que temos de desenvolver no
concelho um polo de conhecimento de nível superior.
Para além disso, no que diz respeito à economia social e à ajuda que o município tem prestado à Misericórdia, o autarca assevera que a Autarquia vai apostar numa nova resposta à problemática da demência. Assim, em parceria com outras instituições, como a Santa Casa da Misericórdia do Porto, “iremos disponibilizar um equipamento que, para além da transmissão de conhecimento, irá proporcionar a deslocação de equipas multidisciplinares para apoio domiciliário, por forma a permitir que as pessoas que ainda têm essa possibilidade se mantenham em casa, dispensando a institucionalização.
Os idosos, desta forma, não precisam de abandonar as suas casas e podem continuar junto dos seus pertences e no ambiente que lhes é familiar. Esta é uma solução mais económica, sendo que também está provado cientificamente que, para as pessoas em pré-demência, este estímulo, num ambiente que lhe é familiar e nos seus afazeres do seu dia a dia, apresenta resultados muito positivos”.
O autarca salienta ainda a ampliação do Centro Ciência Viva da Floresta que já acolhe o projeto BioAromas – Laboratório de Integração e Inovação Social que se apresenta como uma alternativa à tradicional institucionalização de jovens e adultos com diferentes níveis de deficiência. “O mais importante é que promovemos a inclusão social de jovens através da ciência, que aqui se apresenta como o veículo principal dessa integração”. Este projeto já valeu ao município a distinção de Autarquia do Ano, atribuída pelo Lisbon Awards Group, na categoria de Ação Social – Combate à Exclusão Social.
No que diz respeito ao turismo, João Lobo destaca a intervenção que será realizada na Serra das Talhadas, num investimento total de 600 mil euros, “que vai valorizar a nossa oferta ao nível do turismo natureza e o nosso património natural, tirando partido de coisas únicas e diferenciadoras que existem no nosso território”, conclui. Está incluída no projeto a construção de uma torre de observação da autoria do arquiteto Álvaro Siza Vieira. Está igualmente em fase de conclusão a requalificação da Praia Fluvial da Aldeia Ruiva, estando o concelho preparado para acolher, em segurança, quem privilegia o turismo de natureza.
Mensagem aos Munícipes
“A melhor e maior marca que podemos deixar são as mudanças positivas que conseguimos introduzir na vida das pessoas. Logo, a melhor mensagem que posso deixar é de esperança e confiança renovadas de que os proencenses têm no seu DNA resistência e resiliência capazes de fazer a diferença em territórios muito difíceis, sempre com a produção de riqueza. Foram eles que iniciaram a construção do concelho e somos nós, os proencenses de hoje, que fazemos acontecer Proença-a-Nova
todos os dias”.