Pedaço de história da paixão pelo Douro

A Quinta da Cruz, localizada em Folgosa do Douro, produz o Bugalha, um vinho que nasce de uma paixão pela região do Douro, pelo pedaço da sua história, das duas tradições e pela busca incessante de soluções inovadoras e diferenciadoras para a produção dos melhores vinhos. Este verdadeiro néctar dos deuses já conquistou centenas de portugueses e prepara-se agora para conquistar o mundo.
Os pais de João Barata, atual responsável pelo Vinho Bugalha, adquiriram a Quinta da Cruz, em Folgosa do Douro, no início dos anos 2000. As vinhas velhas foram reconvertidas e foi construída a casa onde não podia faltar a adega. Em 2012, por sugestão de um amigo da família e enólogo, Pedro Lopes da Silva, a Quinta realizou a sua primeira vinificação. Agradavelmente surpreendido com o vinho produzido, João Barata decide, em 2017, lançar o seu primeiro vinho para o mercado, o Bugalha Douro DOC Superior Tinto 2015.
“Este projeto nasce da paixão pela região do Douro e pelos seus vinhos, retirando o que de melhor esta belíssima região tem. A nossa preocupação começa na viticultura, com a obtenção de pontos de maturação excelentes, passa pela enologia, com o intuito de enaltecer o terroir e as respetivas castas, e termina num marketing diferenciador e de proximidade com o consumidor, tudo numa experiência diferenciadora, que vai muito além da degustação de um excelente vinho da Região do Douro”, explica João Barata.
Apesar da boa aceitação, o projeto tinha um problema, detinha apenas uma referência de vinho no mercado. Assim, em plena crise pandémica, a empresa lança quatro novas referências e o sucesso foi retumbante, sendo que, neste momento, está disponível uma quantidade muito reduzida das referências produzidas.
Quanto ao estado do mercado, João Barata admite apreensão. “As adegas estão com stock devido ao encerramento do canal HORECA. Já o sector da exportação está a crescer o que pode equilibrar a tesouraria. No entanto, no nosso caso, a diferenciação aconteceu graças às plataformas digitais, estabelecemo-nos como uma marca emergente e conseguimos despertar a curiosidade junto dos consumidores”.
O empresário reconhece que o vinho é um negócio, mas defende que não existe concorrência. “Todos os vinhos são únicos, bons e têm uma história. O vinho deveria ser encarado, por produtores e consumidores, como um pedaço de história. É feito para podermos celebrar a vida, para podermos partilhar. Assim, todos os vinhos têm um espaço, um posicionamento e são insubstituíveis”. Se a concorrência não é um problema, a falta de mão de obra é uma problemática inquestionável. “Diariamente reunimos esforços para suprir as necessidades da vinha porque, como sistema vivo que é, não tem interregnos. Julgo que a solução passaria pela valorização das pessoas que trabalham arduamente na vinha, uma vez que as práticas culturais têm um papel fulcral na qualidade das uvas. Se temos o apoio de quem nos acompanha desde o início, reconheço que é difícil incutir esta profissão nas gerações mais novas, o que nos leva a uma situação insustentável num futuro próximo”.
A aposta no turismo
Em 2018, apostam na criação de um alojamento local, o Bugalha My Loft Douro, localizado numa zona central da cidade, a apenas dois minutos da estação ferroviária da Régua e a cinco minutos do cais. “Este é um local onde o conforto é um must e o descanso está garantido”. O espaço é constituído por nove apartamentos, onde a decoração e o conforto foram idealizados para que os hóspedes se possam sentir em casa. “Em relação aos serviços que disponibilizamos, temos algumas parcerias, tudo para que possamos proporcionar aos nossos hóspedes uma experiência única. Falo de visitas a quintas,
passeios de barco, provas de vinhos, entre outros. É por isso que a expectativa para este verão é muito elevada.
Ansiamos pela abertura e vinda dos
turistas”.
Quanto ao futuro, o empresário revela que, em relação à marca Bugalha, a aposta passará pela criação de um alojamento local em Santa Marta de Penaguião, pelo upgrade da adega e pela consolidação das parcerias criadas ao longo dos últimos dois anos. “Queremos aumentar a capacidade da adega até ao limite da produção máxima da quinta, tudo para que possamos suprir as necessidades das nossas encomendas, nunca descurando a qualidade intrínseca dos nossos vinhos. Quanto ao turismo, aqui estaremos para recebermos de braços abertos todos aqueles que nos quiserem visitar”.