Simplesmente os melhores azeites do mundo

A Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Vila Flor e Ansiães foi fundada em 1998 com o objetivo de promover o ouro líquido transmontano e os seus produtores. Hoje, com quase 700 associados e responsável, simplesmente, pelos melhores azeites do mundo, a Cooperativa aposta agora na sua internacionalização e na exportação deste ex-líbris DOP de Trás-os-Montes.
Hélder Teixeira, presidente da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Vila Flor e Ansiães, desde 2003, recorda que esta foi fundada em 1998 com o intuito de salvar a produção do azeite na região, através de uma unidade moderna com capacidade para dar apoio aos olivicultores de Vila Flor, Carrazeda de Ansiães e concelhos limítrofes de Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo, Murça, Alijó, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.
Olhando para trás, o presidente admite que a luta nem sempre foi a mais fácil de travar. “Quando assumi este cargo, a Cooperativa apresentava uma dívida de quase dois milhões de euros e a sua imagem estava descredibilizada no mercado e na região. Felizmente, conseguimos ultrapassar todos os desafios e hoje temos independência financeira e somos reconhecidos na região. Assim, tenho que agradecer à equipa que me acompanha por todo o esforço, dedicação e profissionalismo que sempre demonstraram. Sem a ajuda deles, as conquistas não teriam sido possíveis”. Neste momento, Hélder Teixeira revela que os princípios da Cooperativa passam por motivar os agricultores para a olivicultura; produzir azeite de qualidade e em quantidade; dar a conhecer novas técnicas de melhoria da produção de azeitona; valorizar os produtos finais; vender melhor os produtos dos olivicultores, o que permitirá uma melhor remuneração; e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos cooperadores e para a dignificação da região, dos seus valores, dos seus costumes e gentes.
Com 694 associados, apoiados por uma equipa de seis funcionários que laboram com uma única atividade: a extração e comercialização de azeite, a Cooperativa funciona com três secções distintas: produção, extração de azeite (lagar) e comercialização, sendo que todas as atividades sazonais são realizadas com recurso à subcontratação de mão-de-obra externa.
Atualmente, a Cooperativa comercializa o Douro Superior Azeite, em versões virgem extra e virgem extra biológico, que podem ser adquiridos em embalagens que vão dos 0.25 cl até aos garrafões de cinco litros. Estes são produtos ideais para cozinhar, servir à mesa e, até mesmo para oferecer, uma vez que a qualidade é uma certeza. “Em média, produzimos cerca de 400 mil litros de azeite/ano, contudo tudo depende da qualidade e quantidade da azeitona proveniente dos olivais dos nossos associados que contam com muitos anos de experiência de trabalho neste setor e que estão localizados numa região dotada de condições únicas para a produção de azeitona. É por isso que os nossos azeites têm uma acidez baixa e muito baixa, de cor amarela e ligeiramente esverdeada, com cheiro e sabor a fruto fresco por vezes amendoado, com uma notável sensação de verde, amargo e picante” explica o presidente que acrescenta que esta azeitona é proveniente das variedades que compõem a DOP Trás-os-Montes: cordovil, verdeal, madural e cobrançosa.
Hélder Teixeira advoga que a atual pandemia afetou muito o setor ao nível o escoamento e comercialização do produto. “Vendíamos muito para a restauração. Assim, se os restaurantes estão fechados, não consomem o nosso azeite e não faturamos. No ano passado registámos quebras na ordem dos 15 por cento. Porém, felizmente, as novas tecnologias permitiram-nos colmatar esse decréscimo e a venda do nosso azeite online tem aumentado de forma exponencial até porque, através de uma parceria com uma empresa de transportes estamos a realizar entregas ao domicilio o que é uma mais-valia importante”.
Quanto ao futuro, o presidente da Cooperativa revela que esta está envolvida em alguns projetos ligados à exportação, um deles em parceria com a NERBA – Associação Empresarial do Distrito de Bragança, com o objetivo de potenciar a internacionalização do azeite de Vila Flor através dos vários canais existentes, isto porque, na atualidade, “o nosso azeite já está presente no mercado internacional, contudo a sua venda é realizada de forma particular através dos nossos emigrantes. Para além disso, gostava que as entidades competentes investissem mais na marca DOP Trás-os-Montes, uma vez que essa ação traria importantes mais-valias para toda a região e para as suas gentes. Muitas empresas levam o nome de Portugal aquém e além-fronteiras, vencem concursos internacionais, e não recebem qualquer tipo de apoio, o que não faz qualquer sentido. O Estado devia apoiar devidamente a promoção do nosso azeite”, conclui.