Sucesso aquém e além-fronteiras

António Machado e Francisco Machado criaram a Carpintaria Machado há mais de 35 anos, em Celorico de Basto, uma empresa que se tornou numa referência no setor no nosso País. A empresa também já está presente no mercado internacional onde concretiza soluções personalizadas e repletas de qualidade, acompanhado as tendências de mercado e levando o nome de Celorico de Basto aquém e além-fronteiras.
A Carpintaria Machado, localizada em Celorico de Basto, no Parque Empresarial de Crespos, é uma empresa que está presente no setor da construção de mobiliário e outras soluções em madeira há mais de 35 anos, desenvolvendo recursos desde a planificação até à montagem em obra. Tendo como principal objetivo facultar aos seus clientes um serviço personalizado e de qualidade, a empresa tem na sua equipa de trabalho, a resposta ideal para a completa satisfação de todos os seus clientes. “Privilegiamos a inovação e a qualidade, acompanhando sempre as novas tendências de mercado e procurando ter uma vasta gama de novos produtos, esperando desta forma corresponder às expectativas de todos aqueles que acreditam e confiam no nosso trabalho”, referem António Machado e Francisco Machado, responsáveis pela Carpintaria Machado, uma empresa que já conquistou todo o mercado nacional e que também já realizou projetos em países como a França ou a Alemanha.
Questionados sobre como tudo começou, os empresários revelam que a carpintaria foi criada pelo seu pai. “Foi ele que nos incutiu o gosto por esta área. Claro que depois, com o passar dos anos e devido aos contactos que fomos tendo com os mais diversos empreiteiros, acabámos por abrir outras empresas dedicadas na sua tolidade ao setor da construção, reconstrução e reabilitação de edifícios e promoção imobiliária. Mais recentemente lançámo-nos também no setor do turismo”.
As outras empresas do Grupo
António Machado e Francisco Machado também são os responsáveis pela AJF – Engenharia e Construção, empresa que desenvolve a sua atividade na área da construção civil, dedicando-se à execução de obras próprias e promoção imobiliária, promovendo o desenvolvimento de várias atividades, desde hotelaria, passando pela indústria, comércio e habitação, entre outros. Atualmente, a empresa desenvolve parte da sua atividade em regime de outsourcing e em parceria com outras empresas, sendo que tem vindo a desenvolver projetos de grande importância para o desenvolvimento da região. Ainda na área da construção e promoção imobiliária, os irmãos são também sócios da Tamus – Palace Resort,Lda.
Os empresários são ainda sócios da Celorico Palace – Promoção Imobiliária, Lda. e da Celorico Palace – Gestão Hoteleira, Lda., empresas vocacionadas para o setor hoteleiro e que são as detentoras de alguns alojamentos locais em Celorico de Basto, assim como do edifício da unidade hoteleira Flag Hotel Celorico Palace, um hotel quatro estrelas que é já uma referência na vila e em toda a região. Numa área completamente diferente, os irmãos ainda gerem duas papelarias. Vale a pena referir que todas as empresas do Grupo têm a sua sede em Celorico de Basto e empregam mais de uma centena de celoricenses. Em 2020, as empresas faturaram mais de dez milhões de euros.
António Machado e Francisco Machado lamentam que, apesar de serem um dos maiores empregadores do concelho e dos investimentos que fazem regularmente no concelho que as suas empresas não sejam consultadas para qualquer concurso público que a Autarquia promova. “Apesar disso, gostamos de ajudar a nossa terra sempre que possível, até porque nos orgulhamos de ser de Celorico de Basto”.
Mercado e concorrência
Questionados sobre a concorrência, os empresários defendem que seguem uma estratégia de diferenciação, apostando na criação de soluções e produtos de valor acrescentado, “razão pela qual num concurso, os preços não diferem muito entre os diversos intervenientes, uma vez que estão todos no mesmo patamar. Conseguimos ser competitivos porque a nossa estrutura é menos pesada, quando comparada com grandes players que atuam neste mercado a nível europeu. Claro que isso também acontece porque o nosso investimento na empresa é uma constante e acontece todos os anos. Ainda no ano passado foram realizados upgrades no valor de 250 mil euros, estando previstos para 2021 mais 250 mil. Já em obras mais pequenas, as empresas familiares conseguem oferecer uma melhor dicotomia qualidade/preço, precisamente porque a sua estrutura é mais leve do que a nossa. Seja como for, defendemos que Portugal é uma referência ao nível da indústria na Europa”.
Quanto ao estado do mercado imobiliário no nosso País, António Machado e Francisco Machado asseguram que esta é uma área de negócio resiliente e explicam porquê: “No Porto, por exemplo, existiam muitos prédios dedicados ao turismo e ao alojamento local. Atualmente, com esta pandemia, muitos desistiram do turismo e optaram pelo aluguer para habitação tradicional. Esta mudança está a fazer com que o mercado do aluguer fique mais regulado. Como a procura superava, em muito, a oferta, estavam a ser atingidos preços insustentáveis”.
Já no que concerne à construção, os empresários defendem que as empresas estão em crescimento, depois da última grande crise financeira. “Antes da pandemia, a construção, alavancada pelo turismo, estava a registar um crescimento exponencial assinalável. Hoje, ainda que o mercado tenha decrescido, continuamos a laborar a um bom ritmo. Vale a pena destacar o setor da logística, onde estamos presentes, uma vez que as empresas crescem constantemente e necessitam de instalações maiores. Este é um nicho em crescimento e merece toda a nossa atenção. Os empresários são cada vez mais ambiciosos e modernização é palavra de ordem”.
António Machado e Francisco Machado lamentam que o crescimento no setor industrial na região de Basto não seja uma realidade. “A verdade é que não existem terrenos disponíveis para o efeito. Se as entidades competentes querem fixar as populações no Interior têm que começar a criar emprego. Se as autarquias não criarem as condições ideais de investimento para os empresários, estes irão apostar num concelho vizinho que seja mais célere e ágil na tomada de decisões. Infelizmente, muitas vezes, os autarcas não estão sensíveis às dinâmicas das empresas e às suas necessidades”.
Quanto à falta de mão-de-obra para laborar na indústria e na construção civil no nosso País, os empresários asseguram que a única solução é a aposta e o investimento na formação. “Sabemos que corremos o risco de que estes queiram depois deixar a empresa para procurar projetos mais aliciantes. Contudo, se eles forem devidamente compensados e reconhecidos aqui, que necessidade têm, por exemplo, de emigrar? Sabemos que o sucesso de qualquer empresa está assente na sua equipa, nas pessoas que a compõem, razão pela qual nos esforçamos para dar a todos os nossos colaboradores as melhores condições de trabalho possíveis”.
Quanto ao futuro, António Machado e Francisco Machado não têm dúvida de que este está na mão dos mais jovens e que estes, lamentavelmente, estão a sair de Celorico de Basto. “As empresas ligadas às novas tecnologias podem funcionar em qualquer lugar do mundo, desde que tenham criadas as condições para isso. Não seria esta uma boa oportunidade para os concelhos do Interior do País conseguirem fixar as suas populações? Quase todos os jovens que saem deste concelho para estudar nunca mais voltam, o que é lamentável, pelo que vamos apostar na captação de novos talentos e na fixação dos mais jovens. As nossas empresas estão em crescimento, pelo que esperamos continuar a aumentar as nossas equipas, oferecendo sempre as melhores condições”, concluem.