Um concelho no trilho do desenvolvimento
Luís Antunes está à frente dos destinos do Município da Lousã desde final de 2011. Olhando para trás, o autarca considera que este segundo mandato foi bastante mais exigente e desafiante. Apesar disso, o edil garante que “a Lousã continua a ser um concelho com força e com futuro, até porque tenho a convicção de que seremos capazes de ultrapassar todos os impactos negativos resultantes desta pandemia”.
Luís Antunes, presidente da Câmara Municipal da Lousã admite que este segundo mandato foi muito exigente e desafiante. “Ainda não tínhamos tomado posse e sofremos logo um duro revés nas nossas aspirações com os violentos incêndios, em 2017, não só por tudo aquilo que perdemos no imediato, mas também por todas as consequências provocadas. Logo que tomámos posse tivemos que lidar com o processo de reconstrução e recuperação de todos os impactos que este incêndio teve”, recorda o autarca que completa: “Ainda não tínhamos este processo concluído e sofremos outro duro revés com a tempestade Leslie que também gerou inúmeros impactos negativos no concelho, criando novos encargos e desafios. Já em 2019, enfrentamos a tempestade Elsa que provocou ainda um maior impacto no concelho, com estragos e prejuízos muito avultados. Esta intempérie causou-nos problemas que, ainda hoje, não conseguimos resolver. Assim, como se estas três catástrofes não fossem já mais do que suficientes para determinar a dificuldade acrescida do presente mandato, em 2020, o mundo é confrontado com uma crise pandémica que nos coloca ainda uma maior exigência, acarretando maiores desafios”.
O edil afirma que a atual pandemia criou novas necessidades que o Executivo procurou atender, sendo para isso necessária a reorganização dos serviços municipais “adaptando o nosso trabalho e foco a esta nova realidade. Para enfrentar este desafio tivemos que afetar recursos a este combate para responder a novas necessidades que surgiram, num investimento extraordinário que já atinge o milhão de euros, para além de registarmos a diminuição da receita em cerca de 140 mil euros, valor significativo para uma pequena autarquia como a nossa. A verdade é que tomamos diversas decisões no sentido de aliviarmos economicamente as responsabilidades das famílias e das empresas, o que provoca uma maior exigência ao nível da nossa gestão financeira e orçamental até porque, ao mesmo tempo que combatemos a pandemia e as três catástrofes sofridas, mantivemos o
plano de investimentos que apresentamos aos lousanenses e que estes sufragaram”.
O combate à pandemia
No combate à atual pandemia, Luís Antunes assevera que a Autarquia atuou em diferentes vertentes e de forma transversal, lançando medidas, desde logo, com o objetivo de promover a proteção das pessoas e a sua segurança na utilização de serviços, espaços públicos e equipamentos. O autarca afirma que a Autarquia também realizou campanhas de testagem junto das instituições particulares de solidariedade social (IPSS), bombeiros, GNR e outros agentes de proteção civil. Em março de 2020, quando os equipamentos de proteção individual escasseavam nos hospitais, conseguimos oferecer esses equipamentos a muitos profissionais de saúde que residem no concelho. Também apostámos em fortes campanhas de informação e sensibilização sobre os perigos desta pandemia, promovendo o cumprimento de toda as regras. Assim, estabelecemos uma forte relação com a comunidade no sentido de a informar sobre a evolução da pandemia no concelho”.
O edil esclarece que a Autarquia também aperfeiçoou a articulação com todas as instituições locais que trabalham no setor da saúde, trabalhando de forma próxima com todas as IPSS, substituindo, em muitos casos, “trabalho e apoio que deveria ter disso prestado pelo Governo Central”.
No que concerne ao apoio prestado às famílias e aos cidadãos mais vulneráveis, o edil informa que, por exemplo, devido ao ensino à distância o município adquiriu diversos equipamentos.
A Autarquia também reforçou, do ponto de vista alimentar, os apoios que presta aos jovens no âmbito da Ação
Social Escolar. “Sempre que os alunos estiveram com aulas a distância, confinados ou infetados optamos por fornecer-lhes apoio alimentar através da atribuição de cabazes, o que permitia o apoio não só à criança/jovem, mas a toda a família”.
Luís Antunes assegura que o setor privado e as empresas também não foram esquecidas e que foram muitas as medidas de apoio tomadas, quase sempre em articulação com a AESL – Associação Empresarial Serra da Lousã. Neste momento, por exemplo, o autarca revela que está em execução o Fundo de Apoio à Atividade Económica que servirá para apoiar diretamente as micro e pequenas empresas do concelho que sejam consideradas elegíveis. Para além disso, a Autarquia constituiu o Conselho Consultivo e Estratégico para a Recuperação da Pandemia (CCERP), que integra vários organismos e entidades públicas e privadas com o objetivo de definir medidas adequadas em várias áreas de atuação municipal. O autarca advoga ainda que foi lançada uma campanha de apelo e incentivo às compras no comércio tradicional, intitulada “Compre Cá – Cá compra, Cá fica!”.
Ainda na área empresarial, mais concretamente junto da restauração, o edil atesta que várias medidas foram levadas a cabo com o objetivo de apoiar o setor. Luís Antunes destaca a medida “Fique em casa, nós entregamos”, onde a Autarquia assumiu o custo do serviço de entregas, no sentido de ajudar os restaurantes.
No que diz respeito à campanha de vacinação, o autarca esclarece que o município está envolvido em todo o processo, sempre em estreita articulação com as entidades locais de saúde. O edil informa ainda que o centro de vacinação está instalado no parque de exposições, local dotado de todas as condições necessárias para o efeito. “O número de vacinas disponíveis é que não tem sido o desejado. Apesar disso, a expetativa é de que, até final de junho, uma boa parte da população possa estar vacinada”. De salientar que, para além da cedência das instalações, a Autarquia está a colaborar com as autoridades na realização dos contactos necessários para agendamento, em parceria com as juntas de freguesia e a Rede Social, estando ainda envolvida no transporte de todos aqueles que não dispõem das condições necessárias para o fazer. “No caso, por exemplo, dos acamados, realizamos um acordo com as corporações locais de bombeiros, para que estas procedam ao seu transporte. Basicamente o cidadão solicita o serviço e a Autarquia suporta o seu custo”, explica o autarca.
Investimentos importantes
Fruto de muito trabalho, Luís Antunes salienta que o Executivo conseguiu concretizar de forma consubstanciada o projeto delineado em 2017, ainda que reconheça que muitas obras concretizadas ou entretanto iniciadas não aconteceram nos timings previstos. “devido a diversos fatores, nomeadamente a pandemia”. Apesar disso, a maioria das nossas obras já está na sua fase de conclusão. Estamos satisfeitos por todo o trabalho que conseguimos concretizar nestas circunstâncias”.
Ao nível das grandes obras atualmente a decorrer, o edil destaca a intervenção que está a ser realizada no Cine Teatro da Lousã, obra que significa um investimento superior a dois milhões de euros. De acordo com o autarca esta intervenção teve em conta a análise das características estruturais e urbanísticas do edifício, da sua envolvente e da sua história e tem como objetivos principais a sua requalificação efetiva, dotando-o de condições adequadas à contemporaneidade e a novos usos. A empreitada contempla ainda a ampliação do espaço, através da construção de um novo edifício, “desenhando um conjunto expressivo, coerente, integrado e funcional”. Luís Antunes esclarece que esta intervenção se insere num plano alargado de investimentos na cultura, onde se incluem, entre outros, a abertura, em parceria com a Companhia Marimbondo, do Museu do Circo, a remusealização do Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques e do Museu Prof. Álvaro Viana de Lemos e a preservação do Castelo da Lousã.
De acordo com o autarca, outra obra importante que está em fase de concurso e que avançará até ao final do ano é a modernização da Escola Secundária da Lousã, num investimento superior a três milhões de euros. “A modernização deste importante equipamento educativo contempla intervenções nos revestimentos, substituição das caixilharias, reabilitação e adaptação de espaços, mobiliário, instalação num dos blocos de uma plataforma vertical para uso de pessoas com mobilidade condicionada, alteração de salas de aulas e de espaços de trabalho”, informa o edil.
Futuro promissor
“Apesar das muitas obras realizadas, a verdade é que falta sempre muito mais para fazer. Destaco duas questões vitais para o desenvolvimento do concelho da Lousã: em primeiro lugar, a operacionalização do Sistema de Mobilidade do Mondego, mais conhecido como metrobus, projeto de suma importância para o concelho e que tem tido diversas vicissitudes. Atualmente, a obra está a decorrer a bom ritmo e julgo que estão reunidas as condições necessárias à sua conclusão. Em segundo lugar, o aumento da atratividade e da notoriedade do concelho, através do reforço dos níveis da qualidade de vida, da modernização e lançamento de projetos de cariz tecnológica, para além do fortalecimento do nosso desenvolvimento económico, com a recuperação da pandemia e a consolidação de todos os nossos agentes económicos”, assegura Luís Antunes que completa: “Claro que também não podemos esquecer a serra e a sua preservação enquanto ecossistema singular, potenciador do turismo natureza”.
O autarca mostra-se confiante no futuro, apesar de todas as dificuldades: “O processo de recuperação coletiva do País será um desígnio em todas as autarquias. Assim, temos que preparar a Lousã para obter o máximo proveito possível do Plano de Recuperação e Resiliência que será implementado no nosso País, ao mesmo tempo que nos preparamos para aproveitar, de forma plena, o novo quadro comunitário de apoio, sem esquecer o aproveitamento das verbas ainda por atribuir no âmbito do atual quadro”, conclui.