Uma história ligada à Ria e ao Mar

Dono de uma história que atravessa mais de nove séculos, Ílhavo tem uma linha temporal inteiramente ligada à Ria de Aveiro, e sempre encostada ao mar. Com uma aposta patente na melhoria das condições sociais dos habitantes do Município, o atual autarca aponta todas as energias para a criação de infraestruturas e serviços que melhorem substancialmente a vida daqueles que residem em Ílhavo. Com séculos de lendas que relatam as conquistas e as características lutadoras de bravos navegadores, Ílhavo tem a correr nas suas veias um espírito forte e empreendedor que lhes permite ser uma referência em Portugal.
Fernando Fidalgo Caçoilo é o edil que dirige os destinos deste município. Com 17 anos de experiência como autarca do Executivo da Câmara Municipal de Ílhavo, assume o primeiro mandato como presidente, um projeto que aceitou de braços abertos e com a confiança de que tudo fará para continuar a melhorar a qualidade de vida dos munícipes.“Este mandato tem um enquadramento de limitações, nomeadamente a nova Lei das Finanças Locais, a Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso, o Estatuto do Pessoal Dirigente, a redução do número de funcionários, o PAEL, o Orçamento Geral do Estado, entre outros, que refletem uma mudança de paradigma, mudança esta que contribuiu para uma gestão mais controlada, ou como costuma dizer, ’emparedada’, que levou à criação de regras claras de gestão completamente diferentes daquelas que existiam anteriormente”, explicou o autarca, salientando as limitações existentes, nomeadamente em alguma perda da autonomia local. Apesar de todas as condicionantes, o edil admitiu que o atual Executivo tem conseguido fazer uma gestão muito rigorosa, com a colaboração de toda a equipa, concretizando investimentos bastante significativos no pouco tempo em que se encontram a dirigir os destinos do Município.
“Iniciámos recentemente a obra do Museu da Vista Alegre, no valor de três milhões de euros e apoiada por fundos comunitários. O museu será um dos melhores museus de porcelana do mundo, que representa uma marca nacional com projeção global que dignifica o nome de Ílhavo e Portugal, com mais de 200 anos de história, distribuídos por seis mil metros quadrados de espaço expositivo. Este museu será um marco importante na nossa estratégia futura, na medida em que será um complemento muito importante ao nosso Museu Marítimo e Aquário dos Bacalhaus, da mesma forma, o Ecomare, um projeto liderado pela Universidade de Aveiro, no qual a Câmara Municipal é parte integrante da parceria, é um laboratório oceanográfico, com as valências de um hospital para animais marinhos, com componente de investigação e onde está a ser estudada a possibilidade de efetuar reprodução de bacalhaus”, confessou Fernando Caçoilo, explicando que esta estratégia pretende criar uma componente de visitação interligada entre estes três equipamentos, o Museu Marítimo de Ílhavo e Aquário, o Museu da Vista Alegre e o Ecomare.
Fernando Caçoilo destacou a importância das infraestruturas e do património cultural e arquitetónico do Município de Ílhavo como principal fator para atrair pessoas e investimentos. “Ninguém tem um Museu da Vista Alegre, nem um laboratório oceanográfico, ou um aquário de bacalhaus e Museu Marítimo, portanto, estas peças são diferenciadoras. Também estamos a recuperar o Teatro da Vista Alegre, que é um marco importante no conjunto arquitetónico daquela área, também da responsabilidade da Câmara Municipal e, portanto, há um investimento integrado naquela zona com o Grupo Visabeira e com a Secretaria de Estado da Cultura, que está recuperar a Capela da Vista Alegre, que é património nacional”, salientou o autarca.
Aposta na ciência, inovação e reabilitação
O trabalho desenvolvido pelo atual executivo da Câmara Municipal de Ílhavo tem um mote, criar condições para ser um município de referência e conotado como um espaço que atraia as pessoas e o turismo. Como tal, têm sido desenvolvidos vários projetos com diversos parceiros para potenciar o desenvolvimento e o crescimento do município.
Assim, e tendo em conta a conotação existente entre Ílhavo e o mar, existe em anexo ao Museu Marítimo o CIEMar, um centro de investigação que possui diversa documentação e material de investigação. Simultaneamente, o Parque de Ciência e Inovação (PCI), projeto liderado pela Universidade de Aveiro, no qual a Câmara Municipal de Ílhavo é parceira, sendo a instalação deste parque no Município, que agregará valências ligadas à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, nomeadamente o setor agroalimentar. Referindo-se ainda a todo o conceito da proximidade com a Ria e com o mar, Fernando Caçoilo admitiu querer aproveitar o novo quadro comunitário para dar apoio a diversas áreas de atividade. Um dos setores que pretende ver potenciado, é o da produção e comercialização de ostras, produto que é maioritariamente exportado, e onde ambiciona vir a criar um centro de recolha e de prova deste bivalve. Paralelamente, e com o objetivo de acrescentar valor às antigas salinas, está prevista a implementação de projetos para aquacultura, como forma de dinamizar e potenciar um setor com uma perspetiva de crescimento para o futuro. “Se a Ria de Aveiro não for colocada no plano nacional como elemento prioritário no futuro pode tornar-se um charco, sem capacidade de gerar mais-valias económicas. A Ria de Aveiro é um ecossistema importante que ninguém põe em causa mas, se não houver mão humana e se for dificultada a sua ação, perde a sua utilidade”, acrescentou o autarca.
“Uma outra matéria que está, neste momento, a ser finalizada é a definição do Plano Estratégico Municipal de Ílhavo que abrange todo o Município. Este nosso plano estratégico define, claramente, uma estratégia integrada para o Município, desde a valorização do capital humano, uma economia mais competitiva, o programa Ílhavo Inteligente incluído no conceito de cidades inteligentes, cultura, ‘recreatividade’, turismo, reabilitação urbana e o parque central de Ílhavo”, explicou Fernando Caçoilo, sublinhando que estes são os eixos estratégicos para o trabalho do atual executivo.