Empresa única em Portugal
A VF Plas, localizada em Ribeira de Pena, é uma empresa especializada na inovação e desenvolvimento de produtos na área dos termoplásticos, através da transformação destes materiais, entre as secções de extrusão e injeção. Com centenas de clientes satisfeitos e presente num nicho de mercado, sem forte concorrência no nosso País, esta é uma empresa única em Portugal.
Vasco Fonseca, responsável pela VF Plas, recorda que, depois frequentar o curso de polímeros, em Guimarães, o negócio foi crescendo e o empresário, em 2006, decidiu construir novas instalações, em Ribeira de Pena, criando formalmente a VF Plas. Hoje, a empresa possui oito linhas de transformação de termoplásticos distribuídas entre as secções de extrusão e injeção e labora suportada numa equipa constituída por uma dezena de funcionários, tendo atingido um volume de faturação superior a um milhão de euros, em 2020.
Tirando partido do vasto know-how da sua equipa de trabalho e dos equipamentos que possui, a VF Plas transforma uma vasta gama de termoplásticos, com destaque para o PS (poliestireno), o PP (polipropileno), o PE (polietileno baixa densidade, LDPE ou polietileno de alta densidade) e o ABS (acrilonitrila, butadieno, estireno). “Somos ainda os únicos, em Portugal, a transformar por extrusão os materiais ESD – eletric static discharge, muito utilizado na indústria eletrónica em tabuleiros para transporte dos componentes eletrónicos. Estes tabuleiros, apesar da boa resistência mecânica, química, bom isolamento e baixo custo, podem facilmente ser carregados eletricamente, o que pode acabar por danificar os componentes eletrónicos. Assim, para evitar que isto ocorra, é necessário modificar as características do polímero base com que são produzidos e protegê-los contra eventuais descargas electroestáticas, algo possível com a adição de aditivos que possam alterar a sua resistividade intrínseca. Assim, e em função da proteção que o cliente necessita para o produto, produzimos laminados com três níveis diferentes de resistividade”, explica o empresário.
Vasco Fonseca advoga que os principais clientes da VF Plas são os termoformado- res que fabricam todo o tipo de peças, quer técnicas, quer de grande consumo, nomeadamente para as indústrias de componentes automóvel, de frio e de eletrónica. “Basicamente recebemos os termoplásticos em grânulos e transformámo-los em chapas ou em bobines que são depois cortadas e moldadas pelos nossos clientes. Estamos presentes num nicho de mercado tão específico que não temos grandes concorrentes no mercado nacional. Os meus concorrentes estão sobretudo na Áustria, em França e em Espanha.
A indústria de componentes automóvel está muito presente em Portugal, pelo que existem muitos fornecedores desta indústria dedicados à termoformação.
A questão é que antes estas tinham que recorrer à importação para adquirir a sua matéria-prima e é precisamente aqui que a VF Plas faz toda a diferença, uma vez que, desta forma, os termoformadores conseguem adquirir a sua matéria-prima em Portugal, o que diminuiu significativamente o tempo de entrega”.
A VF Plas está presente tanto no mercado nacional como internacional, estando presente nomeadamente na vizinha
Espanha. “Ainda que a nossa posição em Portugal esteja consolidada e que conquistemos cada vez mais clientes, a nos- sa expectativa é a de que o mercado ex- terno será cada vez mais importante e deverá suplantar o mercado português”, esclarece o empresário.
Vasco Fonseca assegura que, a nível interno, a atual pandemia não alterou significativamente a ação da empresa, até porque esta nunca deixou de laborar.
“A Covid-19 adiou apenas uma aposta mais incisiva no mercado espanhol que tínhamos projetado para 2020 e que acabou por não acontecer. Gostaríamos que esta fosse uma realidade este ano, mas julgamos que este projeto poderá ter que ser adiado, uma vez que a pandemia pode não permitir a sua concretização.
Apesar disso, para este ano, está previsto um investimento superior a um milhão de euros para a aquisição de novos equipamentos produtivos que nos permitirão diversificar ainda mais a panóplia de produtos que colocamos ao dispor dos nossos clientes”. Se a pandemia não foi um grande problema, o empresário revela que o mesmo não acontece quando pretende contratar mão de obra, sobretudo qualificada. “As antigas escolas industriais deixaram de existir e passamos a ser um País de doutores e engenheiros. Queremos contratar pessoas qualificadas em determinadas áreas técnicas e estas não existem. Era importante que o ensino fosse ao encontro das necessidades do mercado e das empresas”. Apesar disso, Vasco Fonseca mostra-se confiante no futuro e até planeia a construção de novas instalações. “Espero que tal seja possível, contudo, temos que caminhar paulatinamente, até porque temos que ser sempre cautelosos”.