Apostar nas pessoas e na felicidade
Paulo Queimado, presidente da Câmara Municipal da Chamusca, não tem dúvidas: um município deve apostar inequivocamente nas pessoas e na sua felicidade, contribuindo para o aumento da qualidade de vida das populações. “O nosso foco é trabalharmos para as pessoas. Assim, os nossos mandatos nunca serão focados no cimento, betão e alcatrão. A nossa aposta passa pela capacitação das pessoas, dotando-as de ferramentas que lhes permitam trabalhar e ser empreendedoras, o que nos permitirá rejuvenescer a população”.
Paulo Queimado, presidente da Câmara Municipal da Chamusca cumpre o segundo mandato à frente deste município considerado como o coração do Ribatejo. Em jeito de balanço, o autarca defende que a pandemia condicionou o Executivo sobretudo ao nível da execução de obras financiadas. “Muitas empresas que estavam nos projetos foram obrigadas a suspender os serviços, não conseguiram responder aos prazos estabelecidos, o que atrasou a conclusão das obras que, assim, permanecem inacabadas. Apesar disso, vale a pena vincar que este Executivo nunca realizou projetos pensados a quatro anos. Avançamos com obras que consideramos vitais para melhoria da qualidade de vida da nossa população. O nosso programa eleitoral é uma espécie de bíblia de trabalho que nos acompanha sempre e que guia a nossa ação”. O edil é perentório: “Não fazemos obras para a promoção do presidente ou tendo em conta os timings do seu mandato, os projetos são sempre em prol do desenvolvimento do município e para a melhoria da qualidade de vida das suas populações. No fundo, trabalhamos em prol da felicidade das pessoas. Todos os dias envidamos todos os esforços para ter um bom sistema de ensino, de saúde, ter um território seguro, onde a prática de desporto os modos de vida saudáveis e o acesso à cultura sejam prática comum para a nossa comunidade”.
Paulo Queimado lembra que, em 2013, quando tomou posse pela primeira vez, a Autarquia apresentava uma dívida global superior a seis milhões de euros, sendo que deste valor, cerca de 90 por cento representava dívidas a fornecedores, 60 por cento dos quais do concelho, “o que implicava uma dificuldade acrescida. Assim, a nossa programação é realizada com base nos fundos comunitários disponíveis, ou seja, projetos ligados à regeneração urbana, equipamentos escolares e setor social. Para além destas áreas, investimos naturalmente no setor da cultura até porque o município é dotado de múltiplas infraestruturas de pequena dimensão, muitas delas geridas por instituições concelhias, como é o caso do emblemático Cineteatro da Misericórdia da Chamusca”. O autarca garante que o foco do Executivo é trabalhar para as pessoas. “Os nossos mandatos nunca serão focados no cimento, betão e alcatrão. A nossa aposta passa pela capacitação das pessoas, dotando-as de ferramentas que lhes permitam trabalhar e ser empreendedoras, o que nos permitirá rejuvenescer a população”.
O edil assevera que é por isso que uma das grandes apostas da Autarquia é a educação e a implementação de planos inovadores que potenciem o desenvolvimento de sentido crítico, capacidade de observação e avaliação, sentido de projeto e de execução, autonomia, responsabilidade, criatividade, cidadania, entre outras “competências essenciais para a felicidade e sucesso dos mais novos. Queremos promover o saber-ser e o saber-estar, para além do saber-fazer, incrementar as competências socio emocionais dos nossos alunos. Neste âmbito, o nosso agrupamento de escolas tem acompanhado este processo inovador na promoção de inúmeros projetos e atividades ao longo de todo o ano com o objetivo de desenvolver as expressões física e motora, através da prática de dança e yoga, atividade física e desportiva, música, promoção da leitura e introdução às TIC. De igual forma as atividades de enriquecimento curricular são inovadoras com uma base de projeto. Este projeto piloto já mereceu rasgados elogios por parte do Ministro da Educação, pelo que a sua replicação está já a ser ponderada noutras escolas. Na Chamusca não temos medo de arriscar e de investir em novas soluções”.
Para além dos mais novos, Paulo Queimado advoga que o município também aposta nos mais velhos. Assim a Autarquia criou Universidades Seniores em todas as freguesias. “Mesmo no caso das uniões de freguesia existe uma universidade em cada polo, ou seja, cinco universidades, distribuídas por oito polos, o que faz com que sejamos o concelho do País que possui mais equipamentos destes a nível territorial. Além disso, vale a pena mencionar que estes espaços são muito frequentados tendo uma ocupação muito acima do expetável”.
Principais obras em curso
Apesar de todas as vicissitudes, o autarca explica que decorrem na atualidade obras no concelho num valor superior a 12 milhões de euros. “Foram diversas as obras marcantes que terminámos e que se instituem já como importantes mais-valias no dia de dia das populações”. O edil destaca o novo Centro Escolar da Chamusca, obra no valor de quase três milhões de euros, comparticipados a 85 por cento por fundos comunitários. Hoje, este espaço contempla 12 salas de aula, uma sala polivalente, refeitório, sala de professores, sala de pessoal auxiliar, duas salas de atividades extra, biblioteca, laboratório, um ginásio e mais oito salas já existentes no antigo edifício da EB1.
Ainda no setor da educação “e como avançámos com o processo de transferência de competências estamos a intervir, neste momento, na Escola EB 2,3 e Secundária da Chamusca [Escola-Sede]”. Paulo Queimado explica que neste equipamento já está concluída a obra de remoção e substituição das coberturas em fibrocimento que existiam no pátio exterior, empreitada que representou um investimento superior a 15 mil euros. Esta intervenção antecede o processo de requalificação global da escola, no valor de 4.5 milhões de euros, projeto que a iniciar ainda este ano. “Ainda que apenas metade deste valor seja comparticipado por fundos comunitários queremos dotar, desde já, a escola-sede do agrupamento de melhores condições para o futuro”, completa.
De acordo com o edil, outra obra marcante no município foi a requalificação de fundo que modernizou o espaço e tornou o Mercado Municipal mais funcional. “Este é um espaço que pertence à comunidade, e só com a participação de todos conseguiremos dar-lhe vida”, destaca o autarca. Este projeto representou um investimento de 360 mil euros e implicou a reconversão desta infraestrutura num mercado de futuro, apostando em produtos tradicionais e locais. Este projeto concretizou ainda a valorização e a potenciação das características do edifício existente, mantendo a sua história e a relação com a área envolvente. “Este é um projeto arrojado de requalificação e modernização do espaço, não só no exterior, mas principalmente no interior, dotando-o das melhores condições para empresários e para os clientes, tornando-o numa referência urbanística e de vivência comunitária, integrada na estratégia global de regeneração urbana, a avançar em breve em toda a vila”.
Paulo Queimado esclarece ainda que, apesar das obras realizadas, muitos dos concursos públicos lançados pela Autarquia acabaram desertos, “porque não existem empresas de construção civil disponíveis no mercado. Ainda temos obras para executar no valor de quatro milhões de euros, no âmbito da reabilitação urbana, onde pretendemos também intervir na habitação privada devoluta. O município realiza a intervenção, coloca as habitações no mercado do arrendamento a preços controlados e o valor amortiza a dívida do proprietário para com a Autarquia, durante um período de 30 ou 40 anos. Findo esse período, o imóvel volta a ser responsabilidade do proprietário. Com esta medida seremos mais capazes de atrair e fixar jovens no concelho, contribuindo para o seu rejuvenescimento”.
O autarca enaltece que o Executivo também pretende apostar na reabilitação da EN 574 entre Pereiro e Semideiro, projeto no valor de dois milhões de euros. O edil explica que esta intervenção será dividida em dois troços: o primeiro entre a EN 118 e Ulme (com uma extensão de 3.350 m) e o segundo entre Ulme – Casalinho – Semideiro (com uma extensão de 12.300 m). “Estes são apenas dois, dos vários projetos abertos que espero que sejam concretizados no próximo mandato, independentemente de quem vença as próximas eleições”, acrescenta.
O combate à pandemia
No combate à pandemia, Paulo Queimado garante que o município complementou a ação do Estado Central. “Desde o primeiro momento, disponibilizamos equipamentos de proteção individual a todos os funcionários da Autarquia, por forma a que pudessem laborar de forma segura. Para além disso, a nossa ação foi sempre articulada com as juntas de freguesia, até porque realizámos um acompanhamento próximo das pessoas que estavam confinadas, no sentido de lhes entregar alimentação, medicação e outros produtos que fossem necessários. Os nossos serviços de ação social estão sempre atentos e vigilantes. O gabinete de proteção civil percorre as freguesias, porta a porta. Neste momento esse trabalho é realizado com o objetivo de contactar as pessoas para o agendamento da vacinação”.
Questionado sobre a forma como a campanha de vacinação decorre no concelho, mostra-se satisfeito e explica: “Como somos um concelho relativamente pequeno o processo fica facilitado, mercê a relação de proximidade que temos com todos os munícipes. Acompanhamos de perto toda a campanha, apoiando-a logisticamente, quando necessário”. O município apoia ainda no transporte de utentes que necessitem de se deslocar, numa articulação direta entre a Autarquia e as juntas de freguesia. Apesar disso, o edil esclarece que o município avançou com a instalação de um centro de vacinação no pavilhão dos bombeiros.
Paulo Queimado informa ainda que o município concedeu apoios ao nível da redução de tarifas e taxas municipais. Ainda no âmbito das isenções, o autarca assevera que a Autarquia também isentou o pagamento de renda em todos os espaços comerciais municipais, assim como todo o comércio local e restauração do pagamento de todo o tipo de taxas municipais, medida que ainda está em vigor.
Para as empresas, o município criou o Programa de Apoio à Recuperação do Comércio Local com o objetivo de dar resposta às consequências económicas da interrupção forçada de atividade. “Esta é a altura de relançarmos a nossa economia, sustentando o esforço que diariamente é feito pelo nosso setor empresarial, maioritariamente composto por pessoas singulares ou de cariz familiar, e que têm procurado adaptar-se à pandemia mas que, depois de todos estes meses, necessitam de um novo fôlego. Sabemos da resiliência de todos aqueles que escolheram este concelho para investir pelo que estamos a apostar no futuro, mantendo os rendimentos das famílias e os postos de trabalho”. O total de apoios atribuídos ao abrigo desta medida ronda os 160 mil euros. “Quisemos perceber quais seriam os apoios dados pelo Governo para depois apostar na sua complementaridade. Tomámos todas estas medidas no sentido de mitigarmos, ao máximo, as consequências desta pandemia. Queremos evitar que a taxa de desemprego no concelho suba de forma exponencial, pelo que contribuímos, sobretudo, para a manutenção dos postos de trabalho”, completa.
No que concerne às famílias, Paulo Queimado destaca o Fundo de Emergência Social – Famílias, criado para apoiar as despesas dos agregados familiares mais afetados. “Os serviços de Ação Social estão a trabalhar em parceria com a rede social no sentido de conseguirmos identificar os casos de maior necessidade. Sabemos que existem muitas famílias com dificuldades”. Este fundo tem uma dotação de 20 mil euros e destina-se a ajudar as famílias no pagamento de despesas regulares como renda, água, eletricidade e gás, beneficiando todos aqueles que sofreram uma perda de rendimento superior a 25% face ao rendimento mensal do ano anterior.