Distribuidores de soluções globais para laboratório
Criada em janeiro de 1975, a Normax – Fábrica de Vidros Científicos, Lda. é o maior fabricante português de vidro técnico para laboratório. Com créditos firmados aquém e além-fronteiras, a empresa da Marinha Grande é sinónimo de qualidade e afirma-se, cada vez mais, no mercado nacional e internacional como distribuidor de soluções globais para laboratório.
Em entrevista ao Empresas +®, Joaquim Gomes e Rui Gomes, administradores da Normax, acompanhados por Jorge Casal, diretor geral da empresa, revelam que a Normax se apresenta como um fabricante multifacetado e abrangente, capaz de responder a todas solicitações dos seus clientes no universo da vidraria para laboratório, tanto a partir das suas linhas automáticas de transformação de vidro, como do fabrico manual. Adicionalmente, no que diz respeito ao território Português, a empresa orgulha-se de representar algumas marcas de prestígio mundial que confiaram na Normax e na sua equipa de vendas para promover e introduzir idoneamente os seus produtos em todo o país, “o que nos permitiu complementar a nossa gama de produtos e reforçar a nossa posição como líderes de mercado. Além disso, os nossos vidros equipam laboratórios espalhados um pouco por todo o mundo, algo só possível devido à nossa longa experiência de exportação”.
Com a missão de fornecer bens consumíveis de laboratório e hospitalares, a Normax é uma empresa com produtos e serviços de excelência. Além de ser uma empresa certificada ao abrigo da ISO 9001:2015, a Normax aposta ainda no desenvolvimento sustentável, na satisfação do cliente, na permanente satisfação e motivação dos seus colaboradores e no cumprimento dos seus compromissos sociais. O sucesso da empresa apoia-se ainda no Normalab, um laboratório independente que, de acordo com Joaquim Gomes e Rui Gomes foi criado para dar resposta às necessidades de calibração dos instrumentos de medição de volume fabricados pela Normax. Nesta área, a evolução da atividade do laboratório levou à sua acreditação em Maio de 2000, para a calibração de material volumétrico, com a atribuição do certificado laboratório de calibração com acreditação IPAC nº M0056.
Empresa de cariz familiar
A Normax, atualmente, comercializa as suas soluções e produtos para a área da investigação, ensino, indústria e indústria farmacêutica, assim como para controlos de qualidade de produtos como a água ou o petróleo. “Mais do que introduzir produtos novos, a nossa aposta tem sido mais a de melhoria nos produtos onde somos líderes de vendas, até para rentabilizarmos a mais-valia que possuímos que é o fabrico”, afiança Jorge Casal.
Para além de uma aposta inequívoca na qualidade “que já fez com que as nossas marcas se consolidassem no mercado”, a empresa aposta ainda no relacionamento próximo e cuidado com todos os seus clientes, fator que marca a diferença. “Como a Alemanha controla grande parte do mercado a nível mundial tivemos que nos diferenciar de alguma forma e a estratégia passou, precisamente, pelo facto de sermos uma empresa pequena, de cariz familiar, que valoriza o relacionamento interpessoal. Os nossos clientes conhecem as caras desta empresa, algo que não é possível com uma multinacional, onde estas nunca olham para pessoas, mas apenas para os números, algo que nunca acontecerá aqui. Consideramos que este tipo de ligação afetiva é cada vez mais importante nos negócios”, defendem Joaquim Gomes e Rui Gomes.
Os empresários explicam ainda que a Normax tem alguns produtos estrela, onde consegue ser líder mundial, o que se torna outra mais-valia aliada ao facto de esta ser uma empresa ímpar a nível europeu. “Existem cada vez menos fabricantes deste tipo de produtos. As marcas que ainda subsistem estão no mercado quase há tantos anos como nós. Assim, atualmente, um dos nossos principais negócios passa pelo fabrico para outras marcas, sendo que esta continuará a ser uma importante aposta, até porque é a forma que temos para conseguirmos, muitas vezes, realizar negócio com os grandes players. Acaba por ser curioso porque acabamos por produzir para os nossos principais concorrentes na distribuição e comercialização”, terminam Joaquim Gomes e Rui Gomes.
Mercado e concorrência
Em relação ao mercado, os empresários advogam que a Normax labora num mercado muito maduro e específico, “o que faz com que não sejamos condicionados pela crise económica neste ou naquele país, ainda que reconheçamos que a situação económica de alguns países, o chamado risco/país, possa influenciar o nosso volume de negócios, como é o caso de Angola, onde tanto podemos ter um ano muito bom, como um ano muito mau, sem que o consigamos prever. Apesar disso, é certo que, em Portugal, não sentimos este tipo de instabilidade, o que fez com que os últimos cinco anos tenham sido de crescimento sustentado e sem grandes oscilações”.
Com uma equipa formada por 80 pessoas e com um volume de faturação de seis milhões e quinhentos mil euros em 2018, a Normax faturou quatro milhões e meio no mercado nacional. Do ponto de vista externo, os principais mercados da empresa passam por Espanha, Indonésia, Estados Unidos da América e Rússia. “Para além disso comercializamos as nossas soluções um pouco por todo o mundo. Este ano, por exemplo, começámos a comercializar para a Argélia e a experiência tem sido muito positiva”, revela Jorge Casal, que completa: “Em anos anteriores conseguimos atingir valores mais elevados, contudo, tivemos que lidar com a concorrência de multinacionais que começaram a operar nos nossos mercados, com representações que tínhamos, o que fez com que tenhamos perdido a posição que ocupávamos e provocou uma quebra na nossa faturação. Além disso, dois dos nossos grandes clientes foram adquiridos precisamente por uma dessas multinacionais, o que também afetou a nossa faturação”. Apesar disso, os empresários asseguram que a Normax já conseguiu recuperar alguns clientes, através da introdução de novos produtos e soluções. “Tivemos que nos diferenciar ou de outra forma esta recuperação não teria sido possível, uma vez que falamos de grandes multinacionais que também são produtoras”.
Em relação ao mercado internacional, Joaquim Gomes e Rui Gomes afirmam que, até ao momento, a Normax comercializa sobretudo produtos em vidro para os mercados internacionais. “O problema é que a produção de vidro está a ficar concentrada em poucos players, o que poderá dificultar a nossa atuação no futuro. Em determinadas linhas de produção quase que existem monopólios a nível ocidental. Internacionalmente, desde o ano passado, que estamos apostados em mudar a nossa imagem de fabricantes de vidro para distribuidores de soluções globais para laboratório”.
Já no que concerne ao mercado nacional onde a Normax é claramente líder no que diz respeito ao vidro, Jorge Casal explica que os maiores clientes da empresa estão nos setores da saúde pública e privada, análises clínicas, investigação, ensino, águas, ambiente e indústria (alimentar, veterinária, química, entre outros). “Aqui, mais do que produtores de vidro, somos um suporte logístico para os nossos clientes e um polo de investigação na área do vidro. Ao nível da investigação acabamos por realizar muitas produções à medida, o que acaba por fazer toda a diferença. Já no que concerne à saúde, sobretudo a pública, o maior problema tem mesmo a ver com o timming tardio de pagamento das encomendas. De alguma forma foi o único setor onde, a nível nacional, nos ressentimos com a crise”.
Quanto ao futuro, os empresários revelam que a expectativa é que a Normax consiga manter a sua posição no mercado europeu. “Paralelamente, iremos avançar para os mercados da América do Sul, onde temos um grande potencial de crescimento até porque estes clientes valorizam muito o produto europeu. Para além disso, nesses mercados não iremos encontrar qualquer concorrência no fabrico, uma vez que este é inexistente. Esta será uma das formas que teremos para conseguimos duplicar os valores de faturação que temos hoje na exportação, sendo que é esse o nosso objetivo. Se isso acontecer sabemos que teremos que realizar investimentos ao nível da produção, contudo esses já estão projetados e definidos para quando tiverem que avançar. Claro que não iremos nunca esquecer o mercado nacional, pelo que iremos focar-nos no seu fortalecimento através da aposta em nichos de mercado e em soluções cada vez mais à medida das necessidades dos nossos clientes, oferecendo a nossa diferenciação logística e global”, concluem.