Experiência e know-how ao serviço do cliente
Com mais de 35 anos de experiência no mercado nacional, a Carroçarias Ilídio, Lda. é uma empresa especializada na prestação de serviços de serralharia e no fabrico de carroçarias. Localizada nas Caldas da Rainha, a empresa é gerida, atualmente, por Pedro Batalha e pela irmã, Catarina Gajeiro, filhos de José Ilídio da Cruz, que pretendem honrar o legado do pai e continuar a colocar toda a experiência e know-how ao serviço do cliente.
Depois de anos sob a administração de José Ilídio Cruz, a Carroçarias Ilídio, Lda. é, hoje, gerida por Pedro Batalha e pela irmã Catarina Gajeiro. Neste momento, a empresa labora com uma equipa de oito pessoas e atingiu a faturação de 250 mil euros, em 2018. Olhando para trás, Pedro Batalha lembra que tudo começou com o negócio das carroçarias. “Nessa altura o trabalho era manual, não havia maquinaria, e as carroçarias eram totalmente feitas em madeira. Contudo, fomos acompanhando a evolução dos tempos, adquirimos a maquinaria necessária e conseguimos evoluir”. Atualmente, a empresa é especializada no fabrico de carroçarias fechadas, tipo TIR e plataformas elevatórias, sendo que os serviços da empresa passam também pelas reparações e assistência técnica aos veículos, para além de pequenos serviços de corte, quinagem de chapas e serralharia em geral.
Cultura de ordenados baixos
Pedro Batalha lembra que quando a crise atingiu o nosso país, a empresa viu-se obrigado a reduzir a equipa de trabalho. “Acredito que o facto de não termos empréstimos e dívidas foi vital para que conseguíssemos continuar a laborar apesar de todas as dificuldades. Atualmente, trabalhamos com as pessoas estritamente necessárias. O mercado recuperou um pouco nos últimos anos, contudo é inegável que está longe do fulgor de outros tempos. Além disso, este é um setor dependente de picos de trabalho e das condições climatéricas. Se há uns anos conseguíamos planear, de forma relativamente certeira, o aumento e diminuição do volume de trabalho, hoje em dia, o mercado tornou-se completamente imprevisível, o que dificulta a nossa ação”.
Olhando para o mercado, o empresário reitera que, “infelizmente, em Portugal, existe uma cultura de ordenados baixos, o que faz com que as pessoas não tenham poder de compra. Para piorar ainda mais as coisas, a concorrência é sempre muito agressiva e feita com base no preço, o que não faz qualquer sentido, levando a que todos os players saiam prejudicados. A verdade é que muitas empresas abrem e baixam imediatamente os preços sem terem qualquer noção se esse valor lhes vai permitir continuar a laborar. O importante é aparecerem e serem falados. Pouco tempo depois a empresa fecha”. Pedro Batalha garante que a Carroçarias Ilídio nunca baixa o preço em demasia, “até porque estamos conscientes da qualidade dos nossos produtos e de toda a experiência e o know-how que possuímos, o que faz com que consigamos oferecer soluções à medida das necessidades dos nossos clientes. O facto de termos uma estrutura pequena e altamente equipada também ajuda, na medida em que nos permite realizar trabalhos diferenciados, que concorrentes nossos não conseguem oferecer. o nosso trabalho é quase artesanato, algo que já não se encontra e que está muito longe das soluções standard que muitos dos nossos concorrentes oferecem”, completa.
De acordo com o empresário, para a Carroçarias Ilídio, neste momento, o grande problema prende.se com dificuldade em contratar mão de obra qualificada, “cada vez mais rara, o que constitui um obstáculo ao nosso crescimento. Os ordenados praticados também fazem com que a área não seja atrativa para as novas gerações, ainda mais quando este é um trabalho com risco, duro e pesado. Algumas escolas profissionais começam a apostar em cursos, mas não é fácil atrair os jovens e aqueles que terminam a formação, optam por emigrar e trabalhar em mercados onde o seu trabalho é muito mais recompensado”.
O futuro para Pedro Batalha é uma incógnita, ainda que o empresário se mostre um pouco pessimista. “Certo é que teremos que nos continuar a adaptar ao mercado e às necessidades dos nossos clientes. Apesar disso, temo que, cada vez mais, se opte pelo standard, por aquilo que todos os outros têm e oferecem, o que fará com que as grandes empresas dominem o mercado, relegando para segundo plano empresas pequenas e especializadas como a nossa”, conclui.