Governação de proximidade, sempre junto das pessoas
Desde que tomou posse pela primeira vez como presidente da Câmara de Alenquer, em 2013, Pedro Folgado, apostou, desde logo, numa governação de proximidade, sempre junto das pessoas. Num segundo mandato marcado pela atual pandemia, esta postura foi de vital importância para o sucesso deste combate até porque “o dinheiro era o menos importante.
O mais importante era a proteção das pessoas até porque ainda não conhecíamos este vírus. Não me arrependo da escolha que fiz e defenderei sempre essa escolha: as pessoas, o seu bem-estar e segurança está sempre, mas sempre, em primeiro lugar”.
“A atual situação pandémica alterou muito aqueles que eram os nossos planos quando tomámos posse em 2017, uma vez que a estratégia que tínhamos delineado para estes quatro anos resumiu-se a dois, uma vez que o restante tempo foi passado no combate à Covid-19. Quisemos, desde logo, ajudar as pessoas a ultrapassarem aquelas que eram as suas dificuldades, muita delas potenciadas por esta nova realidade”, assevera Pedro Folgado, presidente da Câmara Municipal de Alenquer. Assim, por um lado, o Município apoiou as famílias fazendo-lhes chegar os elementos necessários à sua sobrevivência, “até porque a situação de muitas famílias foi-se agravando ao longo do tempo, devido à perda de rendimentos, em resultado de situações de lay-off ou, até mesmo, de despedimentos. Cada vez mais, as pessoas tinham necessidade de serem ajudadas”. Por outro, a Autarquia apoiou o comércio e todas as empresas do concelho que também atravessaram períodos complicados, “pelo que a nossa ajuda foi importante. Quando a pandemia chegou cancelámos todos os eventos culturais, desportivos e outros, e concentramo-nos nas pessoas na sua segurança e no seu bem-estar. As verbas previstas para estas iniciativas foram aplicadas neste combate”.
O autarca refere que a pandemia também fez com que várias empreitadas que estavam previstas deixassem de acontecer, uma vez que as empresas não tinham mão de obra disponível para a sua realização. “Lançámos concursos que ficaram desertos, o que também não ajudou. No fundo, a pandemia provocou uma espécie de suspensão do tempo, daí que não tenhamos realizado obras e projetos que estavam previstos. Percebo que a expetativa em relação às obras era grande, contudo, sei que as pessoas também perceberam e reconheceram a pertinência desta alteração de planos, até porque as ajudámos a ultrapassar um momento menos bom das suas vidas. Se a pandemia não tivesse existido teríamos sido capazes de concretizar todos os projetos delineados. Apesar disso, neste momento, as obras já estão todas lançadas falta apenas a sua concretização”, completa.
Em primeiro lugar: as pessoas
Pedro Folgado acredita que o número de infetados nunca foi muito elevado no concelho porque, em primeiro lugar, o Município manteve sempre uma relação de parceria e de grande proximidade com as instituições de saúde locais e com a Proteção Civil. “Trabalhámos sempre de forma concertada”. Para além disso, desde muito cedo, a Autarquia distribuiu equipamentos de proteção individual (EPI) a toda a população, assim como às diversas instituições existentes no concelho. “Numa primeira fase fizemos esse grande investimento, uma vez que estes equipamentos eram muito caros, até porque a sua disponibilidade era muito limitada. Porém, naquele momento, o dinheiro era o menos importante. O mais importante era a proteção das pessoas, até porque ainda não conhecíamos este vírus. Não me arrependo da escolha que fiz e defenderei sempre essa escolha: as pessoas, o seu bem-estar e segurança está sempre, mas sempre, em primeiro lugar”.
No setor social, de realçar que a Autarquia trabalhou sempre de forma muito próxima com os responsáveis pelas diversas IPSS do concelho, tendo optado por uma postura preventiva e proactiva. “Estivemos sempre muito atentos e vigilantes à evolução da pandemia em Alenquer, tudo para que, perante o primeiro sinal de alerta, pudéssemos atuar de imediato e conter qualquer possível surto. Também definimos, desde logo, as regras de acesso aos vários serviços municipais e demais equipamentos, sendo que foram realizadas diversas visitas de fiscalização para nos assegurarmos de que as regras estavam a ser cumpridas”, explica o autarca.
Também com as instituições escolares a articulação com o Município foi concertada, sendo que a Autarquia nunca deixou de fornecer refeições aos alunos mais carenciados. “Esta foi uma operação complexa que tivemos que montar, até porque as pessoas tinham medo e não queriam expor-se ao perigo. Apesar disso, era necessário que alguém cozinhasse e servisse as refeições e, depois, era também necessário que alguém fizesse o seu transporte, uma vez que funcionámos em serviço de entregas ao domicílio. Tenho que enaltecer a forma abnegada com que toda a gente trabalhou e que fez com que esta medida fosse possível, salvaguardando sempre que todas as medidas de segurança estavam a ser cumpridas”.
O combate à pandemia
Foram inúmeras as medidas de apoio que o Município promoveu no combate a esta pandemia. No que concerne ao apoio alimentar, a Autarquia duplicou as verbas destinadas ao programa de ajuda alimentar da Câmara Municipal já existente e que é desenvolvido por quatro IPSS concelhias. Para além desse reforço, o Município disponibilizou verbas de igual valor ao apoio alimentar prestado, através das instituições, contribuindo para a resolução de carências diversas (medicamentos, produtos de higiene e proteção individual, entre outros) a pessoas ou famílias em situação de vulnerabilidade social. Por fim, para dar resposta a novos casos que surgiram devido à perda de rendimentos, o Executivo protocolou o serviço de EuroTicket Refeição com uma empresa do setor, assegurando apoio na aquisição de produtos alimentares em superfícies comerciais e/ou refeições em estabelecimentos comerciais.
Já nas escolas, a Autarquia trabalhou em parceria com os agrupamentos para o empréstimo de computadores portáteis a alunos mais carenciados, tendo sido criada ainda uma rede de distribuição de documentos para outros alunos para que pudessem realizar alguns trabalhos.
Outra das medidas lançadas foi o alargamento do tarifário social da água, saneamento e resíduos, a agregados familiares em situação de carência económica, sendo que, no caso do tarifário dos resíduos, a medida foi alargada às IPSS do concelho. Para além disso, o Município disponibilizou verbas para a aquisição de meios tecnológicos para combate ao isolamento dos utentes dos lares, através de contactos por videochamada com familiares, partilha de fotografias e vídeos ou realização de jogos interativos de estimulação física.
Já no que diz respeito às empresas, o Município criou um Gabinete de Apoio ao Setor Empresarial, constituído por uma equipa multidisciplinar para assegurar a informação e esclarecimentos sobre todos os apoios e medidas adotados pelo Governo e pela Autarquia. Este gabinete deu resposta a micro, pequenas e médias empresas, assim como ao comércio local e aos trabalhadores independentes. O Município desenvolveu ainda vários workshops online, cujos resultados foram disponibilizados no portal www.alenquerportaldenegocios.pt. A página foi também ajustada, no sentido de permitir o envio da listagem de compras para as lojas registadas no portal, com o objetivo de ajudar o comércio local, sendo também possível a indicação da hora de recolha dos artigos, evitando o aglomerado de pessoas dentro das lojas. Por fim, foi criado o Fundo Financeiro de Apoio à Economia Local, com o objetivo de criar um instrumento financeiro de apoio ao tecido empresarial local. “Numa primeira fase, este apoio teve como objetivo manter os postos de trabalho, uma vez que a comparticipação dada estava destinada aos ordenados dos trabalhadores. Posteriormente, como algumas microempresas não tinham qualquer funcionário, apenas os seus responsáveis, alargámos esta medida a esses empresários. Este apoio era pago mensalmente e decorreu de março a junho de 2020, sendo que já repetimos esta medida em 2021. A verdade é que a atribuição destes apoios valoriza o tecido empresarial, permitindo atenuar os impactos socioeconómicos da crise pandémica, bem como a promoção da economia local e a manutenção dos postos de trabalho”, sublinha Pedro Folgado.
O autarca assevera ainda que o Município prestou apoio às autoridades de saúde na atual campanha de vacinação, sendo o responsável pela criação e montagem do centro de vacinação local. “O balanço é extremamente positivo e tudo tem decorrido de acordo com o planeado. Não se têm criado filas, a resposta é célere e as pessoas são vacinadas rapidamente, o que faz com que muitos alenquerenses já estejam vacinados. Nunca deixamos que sobrem vacinas, o que é uma importante mais-valia. O que acontece que quando não aparece alguém temos uma espécie de lista de espera que contatamos para que essas falhas sejam supridas”, explica.
Futuro promissor
Quanto ao futuro, Pedro Folgado revela que o Executivo pretende dar continuidade ao trabalho que tem sido levado a cabo, nomeadamente, ao nível da reabilitação urbana. “O último quadro comunitário de apoio permitiu-nos apostar na reabilitação na sede do concelho, contudo, agora, gostaríamos de avançar com essa mais-valia nas freguesias, com especial enfoque no Carregado, área urbana complexa que deve ser encarada de forma crítica em relação à sua requalificação”.
O autarca garante ainda que os municípios terão que estar atentos às oportunidades que podem surgir no âmbito do quadro comunitário de apoio Portugal 2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência que será implementado no nosso País. “Poderão surgir oportunidades na área do ambiente, assim como da eficiência energética, até porque as alterações climáticas estão na ordem do dia. Não podemos esquecer que a produção de vinho tem um grande peso na economia local, pelo que o clima condiciona, em muito, esta atividade. Temos também que pensar na poupança de água e na preservação dos seus cursos, fator fundamental também, não só para as culturas, mas também para as populações. Poderão surgir ainda oportunidades no âmbito da transição digital e das novas tecnologias. Ainda que já tenhamos realizado diversas ações nesta área, como a aposta na desmaterialização interna de muitos procedimentos e a consequente poupança de papel, é sempre possível fazer mais e melhor. Para além disso, estas medidas também serão importantes para o mundo empresarial, para a rentabilização de recursos e consequente melhoria de procedimentos. A transição digital pode ser uma mais-valia importante no concelho”.
Por último, Pedro Folgado destaca o setor da saúde e advoga que, depois da requalificação da maior parte das escolas existentes em Alenquer, o concelho tem agora que apostar na melhoria das respostas que coloca ao dispor dos seus munícipes no âmbito da saúde. “Queremos aposta na requalificação e reconstrução de alguns centros de saúde e da criação de novas unidades de saúde familiar”, completa.
O autarca lembra ainda a problemática da mobilidade e dos transportes, “aposta que será transversal a toda a Zona Oeste. “Estamos a aguardar a aprovação da concessão por parte da Autoridade de Transportes. À semelhança do que acontece em Lisboa, gostaríamos de ser detentores de uma palavra na empresa que atualmente controla este serviço. É nesse sentido que estamos a trabalhar, por forma a que possamos ter um peso mais vinculativo na definição de linhas e trajetos a efetuar pela empresa de transportes que presta o serviço”.
Por fim, Pedro Folgado deixa uma mensagem a todos os alenquerenses: “Espero que continuem a acreditar em nós, até porque ainda temos muita obra para fazer em prol da população de Alenquer. Tenho uma relação de proximidade com as pessoas e estou sempre disponível. Ao contrário de algumas autarquias nunca implementei dias exclusivos para atendimento e as reuniões de Câmara foram sempre públicas para que todos possam participar. Esta é um governação de todos, para todos”, conclui.