25 anos a facilitar as comunicações
Em entrevista ao Empresas +®, Diamantino Nunes, CEO do Grupo Sinuta, um Grupo industrial que produz não só equipamentos de telecomunicações, mas também equipamentos hospitalares e ferramentas industriais, destaca o crescimento neste último ano, que tem sido particularmente difícil para a economia mundial.
O Grupo Sinuta é atualmente muito mais do que um fabricante de soluções de telecomunicações. É constituído pela Sinuta, S.A, a Sinuta Brasil e a 4Sat no setor das telecomunicações, a HCareSol na produção de equipamentos de saúde, e a Sinuta FCE na produção de ferramentas de corte e estampagem. Neste momento, o Grupo conta com uma equipa de mais de 200 colaboradores e apresentou um volume de faturação de 30 milhões de euros em 2019.
Com um core business direcionado para a produção e comercialização de antenas parabólicas e soluções de transmissão de dados, a Sinuta, S.A é líder no setor e com clientes um pouco por todo o mundo. Focada na qualidade dos seus produtos, no serviço ao cliente e no desenvolvimento de novas soluções, tem na inovação um dos seus principais pilares, a par da capacidade de resposta aos mais variados desafios colocados pelos seus clientes.
Consciente da importância das pessoas no cumprimento dos seus objetivos, a Sinuta, S.A procura ter os melhores profissionais em cada um dos seus setores, apostando no seu desenvolvimento individual e na melhoria contínua dos processos para promover a eficiência e a produtividade, razão pela qual trabalha em parceria com o meio académico. “A verdade é que as telecomunicações são a nossa paixão, o mundo é o nosso mercado e as pessoas o nosso maior ativo. É por isso que nos esforçamos para diversificar cada vez mais as nossas soluções. Queremos ir de encontro às necessidades dos nossos clientes. Assim, estamos a trabalhar em parceria com a Universidade de Aveiro e a Universidade do Porto, para que possamos oferecer sempre o melhor a todos os nossos clientes. A Universidade de Aveiro é um dos mais importantes centros de investigação mundial na área das telecomunicações. Infelizmente, muitas vezes, não valorizamos aquilo que de melhor temos no nosso País”, assegura Diamantino Nunes, CEO do Grupo Sinuta.
O mercado na atualidade
De acordo com o empresário, os últimos cinco anos de atividade da Sinuta, S.A estiveram muito focados no mercado brasileiro onde o Grupo está presente através da Sinuta Brasil. O empresário explica que esta unidade produtiva tem como objetivo marcar presença no extenso mercado brasileiro, ao mesmo tempo que servia de alavanca para os restantes países do continente sul americano.
Atualmente, Diamantino Nunes confessa que, apesar da produção da empresa se manter, o mercado está a atravessar uma fase muito complicada e está a decrescer. “O real desvalorizou cerca de 40 por cento em apenas dois anos, o que dificultou ainda mais a nossa atuação. A verdade é que, neste momento, trabalhamos sobretudo para dois grandes clientes, o que faz com que o mercado ainda permaneça interessante, apesar das dificuldades”.
Tendo África e a América Latina como principais mercados, a Sinuta, S.A continua a explorar novas oportunidades de expansão internacional. “Estamos a avançar para os Estados Unidos e para o Canadá, sendo que em março de 2020 participámos na feira Satellite 2020, em Washington. Porém a feira foi interrompida abruptamente devido à pandemia Covid-19. Assim, enquanto a realidade não mudar, os nossos planos terão que permanecer suspensos”, completa o empresário.
Apesar da ambição e a da vontade de trabalhar serem as mesmas e permanecerem intactas, Diamantino Nunes reconhece que, neste momento, “é muito complicado fazer prognósticos para o futuro, ainda que, atualmente, tenhamos tantas encomendas que até temos dificuldade em satisfazê-las, mas sou um pessimista por natureza e tenho receio que o País não esteja preparado para o que aí vem. Ninguém sabe como será o mundo no pós Covid-19”. Apesar disso, o empresário admite a abertura de alguns mercados em que a Sinuta, S.A está presente, “mas a incerteza persiste sempre, uma vez que a realidade muda diariamente”.
Oportunidades e desafios
Diamantino Nunes considera que a pandemia também trouxe algumas oportunidades, nomeadamente para as autarquias do Interior do País, “As pessoas estão com muito medo de viver nas grandes cidades, pelo que esta seria a oportunidade ideal para as deslocar e fixar no Interior. Falo sobretudo dos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto, até porque a rede de telecomunicações, de uma forma geral, é boa em todo o País e muitas pessoas estão em regime de teletrabalho. A qualidade de vida que se tem no Interior é muito maior, pelo que há um enorme potencial para esbater muitas das assimetrias existentes entre Interior e Litoral”.
Quanto ao futuro das telecomunicações, o empresário assevera que o próximo passo será a implementação da tecnologia 5G que já existe no mercado, assim como de telecomunicações de média-alta e baixa altitude, através da instalação de satélites que irão substituir as linhas existentes. “Atualmente, poucos países estão a investir nesta tecnologia a nível mundial, e Portugal é um deles. Este é um projeto em desenvolvimento há três anos e estas mudanças vão de encontro às grandes transformações que o setor das telecomunicações vai sofrer, à semelhança do que já aconteceu com outros setores de atividade, à mercê das inovações tecnológicas. Esta transformação já estaria a dar os primeiros passos se a pandemia não tivesse existido. Acreditamos que, em 2021, esta mudança acontecerá”, conclui Diamantino Nunes.