Reabilitar, restaurar e criar com toda a qualidade

Em entrevista ao Empresas +®, Eduardo Teixeira, sócio fundador da Vierominho, fala sobre o passado, presente e, sobretudo, do futuro desta empresa de referência em Portugal no setor da construção civil. Conhecida e reconhecida aquém e além-fronteiras pela sua qualidade, rigor e profissionalismo, a Vierominho é a escolha certa para todos aqueles que pretendam reabilitar, restaurar ou simplesmente realizar uma construção de raiz.
Quando foi criado a Vierominho e quais os objetivos subjacentes à sua criação?
A Vierominho foi criada em 1999. Nessa época, o mercado da construção estava em forte crescimento e o surgimento de novos materiais e tecnologias construtivas sucediam-se. Os revestimentos exteriores não eram exceção. Foi aí que decidi lançar-me por conta própria, até porque conhecia este setor. Foi assim que surgiu a ideia de criar uma empresa precisamente dedicada ao fornecimento e aplicação de novos sistemas construtivos e revestimentos exteriores, designadamente em fachadas.
O contexto da criação da empresa estava alicerçado em vários sistemas dos quais destaco um particularmente importante o “capotto”, um sistema de isolamento térmico pelo exterior que, à data, era novidade no mercado nacional, sendo encarado o seu emprego com uma certa desconfiança, mas que se veio a revelar uma excelente solução, quer em construção nova, quer em reabilitação. Presentemente é o sistema mais aplicado em Portugal e na Europa pela elevada prestação que apresenta ao nível do binómio qualidade/preço.
Ao longo da sua história, quais os momentos mais marcantes e os maiores desafios ultrapassados?
Naturalmente, a Vierominho evoluiu bastante ao longo da sua atividade, mas soube estar à altura dos desafios e dificuldades que foram surgindo. Com o boom da construção no nosso País nos anos 90 e inícios de 2000, foram muitos os empreendimentos novos que surgiram, sobretudo, na periferia das grandes cidades. Infelizmente, os padrões de qualidades nem sempre foram os mais adequados.
As anomalias construtivas eram muito frequentes e condicionavam a utilização das frações habitacionais que, em muitos casos, não reuniam as condições mínimas de salubridade. Por outro lado, os centros urbanos foram ficando cada vez mais desertos, o que levou ao abandono dos edifícios por parte dos proprietários e a um aumento exponencial da degradação dos mesmos.
Com um conhecimento tecnicamente capaz e com soluções especializadas, encontrámos, na contrução de edifícios que se realizava à data, uma grande necessidade de se apostar na sua reabilitação, área de negócio, não só interessante, mas necessária e muito motivadora. Queríamos resolver eficazmente problemas de infiltrações, conferir condições térmicas e acústicas de conforto e condignas de utilização dos fogos, em muitos casos em habitações acabadas de construir, além da recuperação do património edificado que, no início dos anos 2000, tinha uma expressão muito residual em Portugal em comparação com a média europeia que chegava a ser de aproximadamente de igual valor face a valores da construção nova. A missão desta empresa, nestes 22 anos de existência, tem dado um forte contributo na valorização do património edificado como é nosso slogan, tornando-se na nossa missão.
Hoje, estamos capacitados para dar resposta aos desafios da construção e da reabilitação e temos os meios e recursos para aportar o know-how da reabilitação à construção de raiz, traduzindo-se em obras de elevada qualidade onde são debeladas à nascença grande parte das causas de patologias construtivas.
Em que mercados a Vierominho está presente? A empresa já deu início ao seu processo de internacionalização?
Temos uma empresa de direito local em Gibraltar onde temos vindo a realizar empreitadas de grande envergadura. Efetuámos algumas incursões em mercados tão diversos como Marrocos, Colômbia, Cabo Verde, França e Alemanha. Apesar de alguns trabalhos pontuais noutros mercados, foi na Alemanha e em Gibraltar que, durante vários anos, realizámos diversas empreitadas. Atualmente, estamos mais focados no mercado nacional.
Do vasto portefólio da empresa que obras destaca?
São várias as intervenções das quais assumimos, sem modéstia, orgulho. São inúmeras as empreitadas ao nível da construção e requalificação de edifícios e empreendimentos de habitação que realizámos ao longo dos anos. É gratificante perceber que, por vezes, existem, depois das obras concluídas, alterações no comportamento de alguma população, digamos mais problemática. Se ontem faziam graffitis, hoje, contribuem ativamente para zelar pela conservação dos seus espaços. A título de exemplo, temos o Bairro de Cruz de Pau, no Município de Matosinhos, que consistiu numa intervenção de reconstrução de 104 fogos existentes. Iniciámos com a dotação de instalações para realojar temporariamente os moradores, passando depois para as demolições faseadas, bloco a bloco, desencadeando-se a reconstrução integral das 104 frações; o isolamento térmico das fachadas, através da execução de fachadas ventiladas em painel de alumínio compósito e substituição de vãos envidraçados na Unidade de Penafiel do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, EPE; e a construção da Academia de Futebol do Rio Ave FC, incluindo todos os revestimentos exteriores e acabamentos.
De que forma encara o mercado? O aumento exponencial do preço das matérias-primas registado na atualidade tem condicionado a atuação da empresa?
Encaramos o mercado com algumas expetativas, mas de uma forma prudente e atenta. É evidente que é um fator de preocupação acrescida os aumentos permanentes de alguns materiais. Por exemplo, em empreitadas públicas, em muitos casos, o prazo que intermeia entre a elaboração da proposta e a sua execução é muito dilatado. As revisões de preços dificilmente conseguem compensar estas subidas repentinas e exageradas dos preços. Estas situações comprometem os resultados expectáveis e resultam em prejuízos que, na melhor das hipóteses, poderão criar entropias no desenvolvimento dos contratos e hipotecar o investimento e crescimento das empresas.
A Vierominho é uma empresa certificada pela norma NP EN ISO 9001: 2015. Considera esta uma mais-valia imprescindível no mercado na atualidade? Considera que os clientes valorizam devidamente este facto?
A Vierominho é certificada no sistema de gestão da qualidade, ISO 9001:2015, em conceção e construção civil, obras públicas e reabilitação de edifícios. O nosso sistema de gestão da qualidade define o modus operandi de toda a organização. Ciclicamente definimos objetivos. Delineamos ações para alcançar os objetivos. Criamos indicadores com métricas que nos permitem aferir o grau de concretização das ações. Avaliamos o resultado. Percebemos os riscos associados e redefinimos políticas. É a melhoria contínua que nos faz crescer e evoluir. Para nós, é importante que as pessoas sintam orgulho em participar na nossa organização.
Relativamente aos nossos clientes, eles são a razão da existência da empresa. O nosso objetivo é o cliente ficar satisfeito com o serviço prestado. Assim, a certificação é um ótimo cartão de visita, mas por si só não garante uma escolha preferencial. Creio que os resultados se constroem a montante, ao evidenciar aspetos que concorrem para que a Vierominho seja uma marca distintiva nos procedimentos em que se envolve.
Para a Vierominho é, por isso, importante a satisfação dos clientes?
É, sem dúvida, fundamental para nós a satisfação do cliente. Diria que toda a nossa atuação está direcionada para a obtenção desse objetivo. Só desta forma podemos fidelizar os clientes
e garantir que uma boa parte irá continuar a sê-lo em futuros procedimentos. Podemos afirmar que o nosso foco é o cliente.
Têm tido algumas dificuldades nas vossas relações contratuais?
Temos tido uma postura sempre colaborante com os nossos clientes. Os nossos princípios baseiam-se na cooperação, boa-fé, transparência e responsabilidade. Temos uma taxa de fidelização bastante satisfatória. Em cada empreitada constituímos uma equipa que faz o acompanhamento da obra, desde os serviços de engenharia, higiene e segurança no trabalho até ao departamento de qualidade. Estamos, portanto, preparados para dar uma resposta competente. Curiosamente, das dezenas de obras e entidades com que temos trabalhado nos últimos anos, apenas tivemos problemas com um único cliente, precisamente porque sempre mantivemos a nossa atitude proactiva e focada em resolver os problemas.
Podemos saber de que cliente se trata?
Não temos por princípio falar dos nossos clientes. A nossa postura é discreta e não expomos a sua atividade. No entanto, neste caso, é o próprio cliente que fala na comunicação social sobre a obra em causa, usando-a para divulgar a mensagem que quer veicular à opinião pública. Por isso, podemos abrir uma exceção. A obra em causa é a empreitada de remodelação e ampliação da Escola EB 2/3 Dr. Flávio Gonçalves.
Pode-nos adiantar alguma informação sobre esse processo?
Bom, nesta empreitada as coisas descarrilaram porque o município não quis assumir a totalidade dos graves erros e omissões do projeto. Recusou-se a pagar trabalhos complementares executados por nós, que ascendem a milhares de euros, e teve uma gestão da obra bastante prejudicial para todos e francamente prepotente, fazendo com que os prazos derrapassem muito significativamente. Apesar disso, resolveu o contrato para contratar outro empreiteiro, ao qual entregou um projeto melhorado em diversos aspetos – o que sempre nos recusou – com um prazo muito superior àquele que tínhamos pedido para acabar a obra, e valores significativamente mais elevados. Está a decorrer um processo judicial.
Já existe alguma decisão judicial?
Preferia não tecer comentários sobre as decisões judiciais já proferidas pelo Tribunal Administrativo do Porto, mas posso adiantar que a providência cautelar pedida pela Vierominho contra o município foi decretada pelo Tribunal e que o recurso também nos foi favorável. Neste momento, já existem decisões que obrigam o município a rever as decisões erradas que tomou, o que ainda não aconteceu e tem obviamente graves repercussões para o erário público. Por exemplo, aguardamos pacientemente que o município nos pague os trabalhos executados, o que ainda não aconteceu e só está a contribuir para aumentar a fatura da autarquia.
Uma das coisas que nos causa maior repúdio são as campanhas de propaganda pública lançadas contra a nossa empresa e que subvertem a realidade dos factos. Podemos observar, por exemplo, no site da Câmara, a divulgação de vídeos a denegrir a imagem da Vierominho, bem como declarações públicas em meios de comunicação social, de projeção local e nacional, gravíssimas e falsas, que têm o mesmo resultado. O objetivo é sempre o mesmo, ou seja, esconder o papel do município, do projetista e da fiscalização nos atrasos da obra e atirar para o empreiteiro a responsabilidade por tudo, sem exceção. Mas acreditamos na Justiça e estamos certos que a seu tempo a verdade será do conhecimento de todos. Estamos tranquilos.
De que forma encara a concorrência existente no setor?
Como em tudo, a concorrência é necessária. Diria que a concorrência também nos compele a uma política de melhoria contínua e de diferenciação.
Tal como acontece com muitas empresas que laboram no setor da construção civil, a Vierominho também se debate com a problemática da falta de mão de obra? De que forma a empresa minimiza as consequências deste problema? A empresa aposta na formação constante dos seus quadros?
Há de facto uma grande escassez de recursos humanos qualificados, que se traduz em aumentos significativos no custo da mão de obra, incapacidade de resposta às solicitações de mercado e preocupação acrescida no cumprimento de compromissos. Estas circunstâncias obrigam-nos, em primeiro lugar, a olhar para os recursos internos e perceber de que forma os podemos preservar e potenciar a sua produtividade. Em segundo lugar, temos que, sem dúvida, apostar na formação dos trabalhadores, no sentido de lhes dar competências e oportunidades. Por fim, a captação de novos elementos passa pelo estabelecimento de parcerias e criação de um conjunto de fatores de atratividade, que tornem a empresa interessante na perspetiva laboral.
No fundo, é necessária uma política de recursos humanos eficaz, atenta, proactiva e competente, que envolva, não só o responsável pelo departamento, mas também toda a estrutura hierárquica.
No que diz respeito à formação, no início de cada ano é efetuada uma consulta a todos os responsáveis da empresa, onde é pedido que apontem as suas necessidades de formação e dos seus colaboradores. A administração decide as formações que são necessárias a aprova um plano de formação, que se quer dinâmico e em permanente atualização. Note-se que não é só ao nível das especificidades técnicas que há evolução, também a nível regulamentar e legislativo há muitas exigência e constantes alterações.
Não seria pertinente uma melhor articulação entre o ensino profissional e as empresas, por forma a suprir necessidades reais que existem no mercado? A empresa tem alguma parceria neste setor?
É, com certeza, muito pertinente o estreitamente de relações com as entidades responsáveis pela formação dos nossos profissionais. Temos, por essa via, efetivamente recrutado muitos dos nossos quadros, fruto de contactos estabelecidos com universidades e instituições de formação profissional. Apesar de tudo, parece-nos que ainda há um caminho longo a percorrer para que as sinergias funcionem a contento das partes. Creio que não existe uma cultura enraizada de proximidade das instituições de ensino com as empresas, o que infelizmente não beneficia nem as empresas, nem os jovens recém-formados. Os estágios integrados são um exemplo de que programas de cursos. devidamente pensados para as saídas profissionais, podem ajudar à colocação dos jovens. Considero que também não existe em muitos cursos um programa direcionado para as saídas profissionais existentes, tornando-se muito herméticos e teóricos, que reflete o afastamento de quem leciona face ao tecido empresarial. Felizmente vamos sempre a tempo de melhorar!
De que forma a atual pandemia condicionou a atividade da Vierominho? A empresa teve que recorrer, por exemplo, ao lay-off? O que mudou com esta nova realidade?
A pandemia veio expor algumas fragilidades na organização dos intervenientes nas empreitadas, quer se tratem de empresas de construção, quer se tratem de fiscalizações ou donos de obra. No nosso caso foram tomadas um conjunto de iniciativas, de caráter imediato, com vista a mitigar o impacto. A verdade é que nunca parámos, embora houvesse um abrandamento, pois toda a logística de produção, fornecimento e transportes de materiais foi bastante afetada. Apesar das circunstâncias não houve a necessidade de tomada de iniciativas que comprometessem a atividade dos trabalhadores, pois a mão de obra tem uma incorporação significativa nas nossas empreitadas e havia muito trabalho para ser executado. Verdadeiramente ninguém estava preparado, mas todos aprendemos depressa a viver com a nova realidade. Por exemplo, ao nível da gestão de necessidades, uma preparação mais aturada tornou-se obrigatória.
Sendo a proteção do meio ambiente uma temática cada vez mais na ordem do dia, que cuidados a empresa tem a este nível?
A empresa cumpre com os requisitos legalmente exigidos. Há um particular cuidado na separação de resíduos logo em obra. Sempre que possível promovemos e reciclagem e reintrodução em obra de resíduos transformados. Por exemplo, se efetuamos a demolição de uma estrutura de betão armado, alertamos o cliente para a possibilidade de britar o betão demolido e incorporar a brita na nova empreitada. Poupa-se nos custos de transporte, vazadouro e o cliente na aquisição de novos inertes. Em suma, ganham todos e o ambiente também. Não obstante, de forma indireta, a nossa atividade está intrinsecamente ligada com a proteção do meio ambiente. Ao introduzirmos sistemas de melhorias de eficiência energética, quer por métodos passivos, como os sistemas de isolamento térmico, quer por métodos ativos como às instalações mecânicas de elevado desempenho energético, iluminação “led” e sistemas de produção de energia através de painéis solares, entre outros, estamos a colaborar no sentido de tornar as nossas cidades mais verdes e reduzir a dependência energética.
Quais as expetativas para o futuro? Quais os principais projetos?
Felizmente, para um futuro próximo temos uma carteira de obras razoável, o que nessa perspetiva nos deixa mais tranquilos, ainda que vivamos um período de alguma instabilidade e incerteza. Quanto a projetos, temos vários na forja. Alguns de grande dimensão, quer pública, quer privada, mas como dependem de fatores externos, prefiro deixar em aberto…
Deixe uma mensagem final a todos os clientes.
Gostaria apenas de acrescentar que a Vierominho é uma empresa idónea e que direciona os seus esforços para materializar os projetos dos seus clientes.
É sempre da vontade do cliente que surge a obra. Contem connosco para concretizá-los!